Tradução: Natália Nunes e Oscar Mendes
Assunto: Romance (Literatura estrangeira)
Editora: EdiouroEdição: 3ª
Ano: 2001
Páginas: 744
Nota: A melhor publicação no Brasil é a edição de 1952 da editora José Olimpio, somente encontrável em sebos.
O livro retrata a história da condição humana. É uma das mais importantes literaturas russas e mundiais, tomando como núcleo o niilismo e o ateísmo.
Sinopse:
Um pai é morto pelo próprio filho. Em torno do parricídio desenvolve-se a obra-prima de Fiódor Dostoiévski, ‘Os Irmãos Karamázov’, último romance criado pelo mestre da literatura russa, concluído pouco antes de morrer, no qual sintetiza todas as possibilidades de sua arte. O enredo policial, no entanto, é apenas o ponto de partida para um romance que avança na compreensão do ser humano. Concentrando em cada um dos quatro filhos do velho Karamázov (Dimitri, Ivan, Smierdiákov e Aliócha) uma vertente humana. Dostoiévski reflete os problemas da Rússia do século XIX e, como grande escritor, transcende seu próprio tempo, apresentando um painel inolvidável dos dramas universais.
A história se passa em uma cidade no interior da Rússia e por ela desfilam personagens exaltadas ou comoventes camponeses, comerciantes, juízes, oficiais, homens ricos e seus criados, monges, mujiques, bêbados, além de várias mulheres de temperamentos completamente diferentes, mas com profunda influência na trama. Por intermédio dessas personagens, Dostoiévski expõe preocupações sociais, religiosas e filosóficas, como a responsabilidade moral e a necessidade de expiação dos pecados; uma justiça às vezes cega demais, paixões vulcânicas, dificuldades financeiras, vinganças, violência, intrigas e relações familiares conturbadas. Aborda problemas de seu país e de seu povo no século XIX, mas, acima de tudo, forma um vasto painel de dramas universais.
Personagens:
As personagens, quase todas, são um tipo da sublevação dos valores sociais: má criação, falta de religiosidade, falta de esperança e outros mais citados ao longo do livro.
- Dimitri, o primeiro filho de Fiódor Karamázov, oficial do exército, representa o ideal da alma russa mas que não está preparado e precisa ser depurado. Simboliza o idealista tempestuoso;
- Ivan, meio irmão de Dimitri, é o mais instruído, o mais viajado, o niilista e cético que doutrinou Smierdiákov, para o “tudo é permitido”. Ele simboliza o intelectual ateu e representa a desespiritualização e a mentalidade revolucionária;
- Aliócha, irmão de Ivan, pessoa tranqüila, ponderada, extremamente justa e cheia de compaixão. Ele simboliza o cristão esperançoso;
- Smierdiákov, filho bastardo de Fiódor, cozinheiro da casa; simboliza o popular corrompido e representa o povo que é manipulado pela intelectualidade atéia, simbolizada por Ivan que é um intelectual ateu.
O enredo:
Na Rússia de 1870, o idealista Dimítri Karamázov cobra do pai a herança que, segundo lhe disseram, sua mãe deixou para ele. O velho Karamázov finge desconhecer quaisquer valores ou propriedades que tenham sido deixados por sua ex-mulher. O relacionamento entre os dois não é bom, até porque, além da disputa pela herança, Dimítri e o pai apaixonam-se por Grúchenhka, uma mulher de reputação questionável.
Além de Dimítri, o velho Karamázov tem mais três filhos: Ivan, um intelectual ateu; Aliócha, um cristão fervoroso que mora num mosteiro com o sábio Frei Zósima; e Smierdiákov, um filho bastardo que tem crises de epilepsia.
Numa tentativa de resolver as brigas de família, o velho Karamázov, Dimítri e Ivan vão até o mosteiro ouvir as opiniões de Frei Zósima e Aliócha. Uma vez lá, Fiódor acusa o filho de ser um depravado. Dimítri retruca dizendo que seu pai tentou seduzir Grúchenhka, prometendo-lhe 3.000 rublos. Frei Zósima se inclina e beija os pés de Dimítri. É o fim da entrevista.
No dia seguinte, Aliócha vai visitar o pai. Ao se encontrar com Dimítri, este lhe pede para que interceda por ele junto à Katya, uma jovem com quem assumira um compromisso, pois precisa ficar livre para fugir com Grúchenhka. Aliócha promete ajudá-lo.
Mais tarde, Aliócha encontra-se com o ateu Ivan, num restaurante, e os dois discutem religião. Ao voltar ao mosteiro, Aliócha encontra Frei Zósima em seus últimos momentos de vida. A morte do monge faz com que Aliócha questione a justiça divina e, num momento de tentação, ele vai até a casa de Grúchenhka. Após conversar um pouco com ela, verifica que não se trata da pecadora que imaginava. Ele readquire, então, sua fé em Deus e na imortalidade.
Numa discussão com o pai, Dimítri o ameaça de morte. Ivan e Smierdiákov, de olho na herança do velho, vêem a oportunidade de assassiná-lo e por a culpa em Dimítri.
Ao saber que Grúchenhka voltou para um antigo amante, Dimítri decide vê-la pela última vez, antes de se suicidar. Ao chegar à casa onde os dois se encontram, para sua surpresa, Grúchenhka se convence de que é ele quem ela realmente ama. A polícia chega ao local e prende Dimítri, sob a acusação de ter assassinado o pai.
Smierdiákov confessa a Ivan que foi ele o autor do assassinato, e que o fez inspirado numa conversa que tivera com ele. Na noite anterior ao julgamento de Dimítri, Ivan descobre que agiu o tempo todo, exatamente da forma que sempre criticou, é então, devorado por uma alta febre e enlouquece. Na mesma noite, Smierdiákov se suicida.
Durante o julgamento, as evidências circunstanciais levam a Corte a condenar Dimítri pelo assassinato do pai. Um longo exílio na Sibéria espera por ele.
Além de Dimítri, o velho Karamázov tem mais três filhos: Ivan, um intelectual ateu; Aliócha, um cristão fervoroso que mora num mosteiro com o sábio Frei Zósima; e Smierdiákov, um filho bastardo que tem crises de epilepsia.
Numa tentativa de resolver as brigas de família, o velho Karamázov, Dimítri e Ivan vão até o mosteiro ouvir as opiniões de Frei Zósima e Aliócha. Uma vez lá, Fiódor acusa o filho de ser um depravado. Dimítri retruca dizendo que seu pai tentou seduzir Grúchenhka, prometendo-lhe 3.000 rublos. Frei Zósima se inclina e beija os pés de Dimítri. É o fim da entrevista.
No dia seguinte, Aliócha vai visitar o pai. Ao se encontrar com Dimítri, este lhe pede para que interceda por ele junto à Katya, uma jovem com quem assumira um compromisso, pois precisa ficar livre para fugir com Grúchenhka. Aliócha promete ajudá-lo.
Mais tarde, Aliócha encontra-se com o ateu Ivan, num restaurante, e os dois discutem religião. Ao voltar ao mosteiro, Aliócha encontra Frei Zósima em seus últimos momentos de vida. A morte do monge faz com que Aliócha questione a justiça divina e, num momento de tentação, ele vai até a casa de Grúchenhka. Após conversar um pouco com ela, verifica que não se trata da pecadora que imaginava. Ele readquire, então, sua fé em Deus e na imortalidade.
Numa discussão com o pai, Dimítri o ameaça de morte. Ivan e Smierdiákov, de olho na herança do velho, vêem a oportunidade de assassiná-lo e por a culpa em Dimítri.
Ao saber que Grúchenhka voltou para um antigo amante, Dimítri decide vê-la pela última vez, antes de se suicidar. Ao chegar à casa onde os dois se encontram, para sua surpresa, Grúchenhka se convence de que é ele quem ela realmente ama. A polícia chega ao local e prende Dimítri, sob a acusação de ter assassinado o pai.
Smierdiákov confessa a Ivan que foi ele o autor do assassinato, e que o fez inspirado numa conversa que tivera com ele. Na noite anterior ao julgamento de Dimítri, Ivan descobre que agiu o tempo todo, exatamente da forma que sempre criticou, é então, devorado por uma alta febre e enlouquece. Na mesma noite, Smierdiákov se suicida.
Durante o julgamento, as evidências circunstanciais levam a Corte a condenar Dimítri pelo assassinato do pai. Um longo exílio na Sibéria espera por ele.
Análise simbólica da obra:
Dostoiévski entende que a velha Rússia deveria morrer para se poder construir uma Rússia nova. Profundamente religioso, entendia ele que só a morte permite que haja nascimento. Portanto, a obra não pode ser analisada, em hipótese alguma, sob uma visão político-ideológica que mais tarde seria representada pelo marxismo-leninista. Ela deve ser analisada sob o aspecto religioso, filosófico e simbólico.
O velho Fiódor Karamázov, que simboliza a velha Rússia, precisa morrer, porque ele representa o que há de pior nos velhos costumes que afrontavam o cristianismo, pois Dostoiévski após o cumprimento da pena na Sibéria, transformou-se em cristão por excelência.
Assim, Dostoiéviski lança mão das personagens para simbolizar cada uma das possibilidades possíveis para a Rússia.
- Aliócha, representa o cristianismo e simboliza a solução religiosa;
- Ivan, representa a desespiritualização da Rússia, e simboliza a solução ateísta revolucionária, razão pela qual ele enlouquece.
- Dimitri, representa o ideal da alma russa, mas não está pronto e precisa ser depurado. Simboliza , portanto, a alma russa que precisa ser depurada.
Assim, Dostoiévski aponta três caminhos prováveis para a sociedade:
- O caminho do cristianismo;
- O caminho revolucionário representado pela intelectualidade atéia e hedonista;
- O caminho do ideal da alma russa, mas que precisava ser depurado antes.
Portanto, a condenação de Dimitri e o cumprimento da pena na Sibéria, por um crime que não cometeu, simboliza a depuraçào e a redenção do ideal da alma russa.
Conclusão:
A solução do mundo dostoiévskiano só pode se realizar por meio do cristianismo (Aliócha).
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