segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O MISANTROPO

Título original: Le Misanthrope
Autor: Molière - Jean-Baptiste Poquelin (1622-1673)
Tradução: Jenny Klabin Segall
Editora: Martins Fontes
Assunto: Drama (Teatro clássico francês)
Edição: 3ª
Ano: 2005
Páginas: 239 (acompanha O Tartufo)

Sinopse: O Misantropo é o drama de um homem (Alceste) revoltado com a hipocrisia da sociedade. Ele ama uma mulher (Celimene) que é tanto a causa do seu desconforto social, quanto o paradoxo irônico dele mesmo.
Ambientada na alta sociedade parisiense da corte de Luís XIV, a obra narra as desventuras de Alceste, cortesão enfastiado com a hipocrisia dos salões de Paris, que está apaixonado justamente pela popular Celimene, uma viúva jovem vaidosa e deslumbrada, que tem o comportamento exatamente oposto ao dele. Não há nada em comum entre eles.
O embate entre Alceste com sua amada Celimene é contado em cinco atos, com uma homogeneidade perfeita de Alexandrinos de rimas ricas, todos passados nos salões de Celimene. A peça tem o subtítulo “O atrabiliário amoroso”, que remete à idéia de que Alceste tem personalidade “melancólica”.

O sentido da obra: Alceste exige um mundo impossível, quixotesco e utópico. Ele não entende que a sociedade é um conjunto de relações meramente informais, e que a vida não é como ele imagina. Ele age como uma criança pequena achando que o mundo tem de ser do jeito que ele quer e não percebe que há uma coisa chamada “mundo maior” que resiste ao mundo criado na mente dele.
Embora ele tenha razão sob muitos aspectos do ponto de vista moral, no fundo ele é uma pessoa profundamente imatura que não está preparada para viver no mundo de relações informais que é o mundo social. Como ele não consegue impor o seu modelo perfeito de mundo, decide viver isolado no deserto.
Molière que nos contar que no mundo real, manifestado, permeia certa hipocrisia que é essencial para que este mundo funcione. É o mundo social, onde as relações são meramente informais e implicam que se viva hipocritamente com um grau de convivência falsa, uma espécie de código de convívio que se chama educação, sem nenhum apreço verdadeiro pelas pessoas que não conhecemos a não ser a amistosidade.

Conclusão:
Esta é a realidade da qual as pessoas não se livram. Portanto, é preciso aprender a conviver dentro dessas relações informais. O que não se pode perder, são os princípios individuais, pois a vida social sob o ponto de vista filosófico e existencial é completamente estéril e sem nenhum conteúdo.
A realização humana será sempre no plano individual e jamais no plano coletivo, pois a sociedade não tem existência real porque é uma mera convenção. (Agrupamento de seres que vivem em estado gregário. Em bando).

Sobre o autor: Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (batizado em Paris a 15 de Janeiro de 1622 – falecido em 17 de Fevereiro de 1673), foi um escritor de peças de teatro francês, além de ator e encenador. É considerado um dos mestres da comédia satírica. Teve um papel de absoluta importância na dramaturgia francesa, até então muito dependente da temática da mitologia grega. Usou as suas obras para criticar os costumes da época. É considerado o fundador, indirecto, da Comédie-Française. Como encenador, ficou também conhecido pelo seu rigor e meticulosidade.

Um comentário:

Samuel de Souza Matos disse...

Gostei do resumo! Foi-me bastante útil. Mas gostaria de ter visto a referência sobre os outros nove personagens da peça: Philinte, Oronte, Éliante, Arsinoé, Acaste, Clitandre, Basque, Un Garde e Du Bois.