sexta-feira, 27 de março de 2009

EUMÊNIDES

Autor: Ésquilo
Tradução: Mário da Gama Kury
Editora: Jorge Zahar Editor
Assunto: Tragédia (Teatro grego)
Edição: 7ª
Ano: 2006
Páginas: 196 (145-196)

Sinopse: Encerrando a trilogia (Agamêmnon, Coéforas, Eumênides), as Eumênides (“Deusas Benévolas”) personificam o apaziguamento de tantos ódios: elas são as Fúrias[1] [Tisífone (Castigo), Megera (Rancor) e Alecto (Interminável)], que atormentaram Orestes de Argos a Atenas, convertidas em deusas benévolas e reverenciadas. O tribunal que absolve Orestes, integrado também por cidadãos distinguidos de Atenas, institui o voto de desempate de Atena (Minerva para os romanos) e é o primeiro a julgar um crime de homicídio.
Entretanto, fica a pergunta: “Matar o pai é mais grave que matar a mãe?”
Época da ação: idade heróica da Grécia (cerca de 1200 a.C.)
Locais: Delfos e Atenas.
Primeira representação: 458 a.C., em Atenas.
Personagens:
- Orestes, filho de Agamêmnon e de Clitemnestra
- Apolo
- Atena (Minerva para os romanos)
- Fantasma de Clitemnestra
- Profetisa Pítia, já idosa
- Coro das Fúrias (seis)
- Escolta
- Hermes.
Resumo da Narrativa:
A sacerdotisa de Apolo no templo do deus em Delos encontra Orestes como suplicante junto ao altar. Em frente a ele estavam as Erínias (Fúrias para os romanos) que, cansadas de perseguir o fugitivo, haviam adormecido nos bancos do templo. Prometendo-lhe ajuda, Apolo manda Orestes fugir para Atenas, onde deveria submeter sua causa a julgamento e seria libertado de seus sofrimentos. O fantasma de Clitemnestra (sua mãe) aparece e censura as Fúrias por sua negligência, conduta essa que a expõe ao desprezo dos outros mortos no inferno. Despertadas pelo ápodos de Clitemnestra, elas recriminam Apolo por haver acolhido em seu templo um homem maldito que elas perseguem impelidas por seu direito de vingar os crimes cometidos entre consangüíneos.
A cena desloca-se para Atenas, até onde as Fúrias tinham perseguido Orestes. Abraçando-se à imagem de Atena, Orestes implora a proteção da deusa, alegando que suas mãos já haviam sido purificadas graças aos ritos sagrados, e que sua presença já não trazia malefícios a qualquer pessoa. As Fúrias cantam um hino para dominar o espírito de Orestes com seus encantamentos capazes de o levarem à loucura. Atendendo a uma prece da vítima, Atena aparece e convence as Fúrias a concordarem com o julgamento da causa, não pela deusa sozinha, mas com a colaboração de seis dos mais distinguidos cidadãos de Atenas, que constituiriam um júri.
Iniciado o julgamento, Apolo aparece como defensor de seu suplicante e como representante do próprio Zeus, a cujos mandamentos inapeláveis obedeciam os oráculos do deus-profeta. Apolo declara que Orestes matou sua mãe obedecendo a uma injunção divina. O acusado confessa o crime mas enfatiza em sua defesa que, ao matar o marido e rei, Clitemnestra assassinou o pai de Orestes, e que suas perseguidoras deveriam elas mesmas ter-se vingado dela.
Atena proclama que o tribunal – o primeiro a julgar um crime de homicídio – fica instituído por ela para sempre. Os juízes (jurados) depositam seus votos numa urna, e a deusa, declarando que é seu dever pronunciar o veredicto final da causa, esclarece que seu voto deve ser contado a favor de Orestes, que seria absolvido ainda que os votos se dividissem igualmente. Proclamado vencedor em face de um empate entre os juizes e do voto de desempate de Atena (Minerva para os romanos), Orestes sai de cena. Suas antagonistas ameaçam amaldiçoar Atena e trazer a ruína para a região cujos juízes absolveram o acusado. Mediante promessa de honrarias eternas às Fúrias, Atena consegue apaziguá-las, e elas deixam desde então de ser as deusas do ódio para passarem a ser as deusas benévolas (Eumênides). Em sua nova condição, as deusas saem numa procissão solene para o santuário que Atena lhes proporcionou numa gruta no sopé da colina de Ares (o Areópago, que deu o nome ao tribunal).
E assim termina a trilogia.

[1] Fúrias para os romanos e Erínias para os gregos.

sexta-feira, 20 de março de 2009

COÉFORAS

Autor: Ésquilo
Tradução: Mário da Gama Kury
Editora: Jorge Zahar Editor
Assunto: Tragédia (Teatro grego)
Edição: 7ª
Ano: 2006
Páginas: 198 (89-143)

Sinopse: Clitemnestra e Egisto, seu amante e cúmplice, são assassinados por Orestes, com a ajuda de sua irmã Electra e a proteção da alma de Agamêmnon. Clitemnestra encarrega sua filha Electra de fazer um sacrifício expiatório junto do túmulo do pai, para apaziguar os seus Manes e afastar os sinistros presságios dum sonho. Electra dirige-se ao túmulo acompanhada pelas escravas (Coéforas) que levam os vasos e presentes funerários e formam o Coro. Chegada ali, invoca a sombra do Pai a quem pede que vingue o crime de que foi vítima. De repente, vê sobre o túmulo uma mecha de cabelos, parecidos com os seus, que supõe serem de Orestes e faz votos pelo seu regresso. Orestes, que se tinha escondido com Pílades quando viu aproximar-se o grupo formado por Electra e pelas Coéforas, aparece e os dois irmãos combinam vingar o pai. Orestes apresenta-se no palácio como um estrangeiro e aproveita-se dum ardil para matar Clitemnestra e Egisto, seu segundo marido. Aparece depois ao povo exibindo o véu em que os assassinos tinham envolvido Agamêmnon para que não pudesse defender-se. De súbito perde a razão e retira-se para Delfos cujo deus lhe ordenara o matricídio.

Resumo da Narrativa:
Electra, filha de Agamêmnon e de Clitemnestra, morava no palácio real mas era tratada como escrava, e antes do assassinato do pai, mandou seu irmão Orestes para a corte do seu tio Estrófio, rei da distante Focis, com o objetivo de ser criado lá.
Anos mais tarde a alma de Agamêmnon, cheia de rancor, mandou um sonho para alarmar Clitemnestra. Pareceu à rainha em sua visão noturna que ela dera à luz a uma víbora, esta amamentava-se no seio dela como se fosse um recém-nascido; ao leite materno juntava-se sangue em abundância. Clitemnestra despertou transtornada, aos gritos. Consultado por ela, um adivinho do palácio interpretou o sonho como um sinal de ressentimento das divindades infernais. Para aplacá-las, a rainha mandou Electra, juntamente com algumas servas, levar libações à tumba de Agamêmnon, numa tentativa de apaziguar a alma do marido no mundo dos mortos. NO mesmo dia em que Clitemnestra mandou Electra levar as libações, Orestes, já adulto, acompanhado por Pílades, seu companheiro inseparável, chegou a Argos ansioso por vingar a morte do pai. Lá, seu primeiro cuidado foi depositar mechas de seus cabelos, como oferenda fúnebre, sobre o túmulo de Agamêmnon. Quando Electra descobriu aquela oferenda, pensou que a mesma só poderia ter sido trazido pelo irmão.
Depois de ser reconhecido pela irmã, Orestes disse que Apolo o incumbira de vingar o assassínio de seu pai, sob pena de ser perseguido implacavelmente pela Fúrias/Erínias vingadoras. Sem ser acolhido por qualquer criatura humana e sem poder aproximar-se dos altares dos deuses, ele pereceria depois de sofrer castigos indescritíveis.
Junto ao túmulo do pai, Orestes e Electra ajudados pelas cativas componentes do coro, imploram a proteção e a ajuda da alma de Agamêmnon à sua causa. Disfarçados em viajantes vindos da Focis, Orestes e Pílades são acolhidos amistosamente por Clitemnestra, depois de lhe dizerem que seu filho tinha morrido no exílio. A rainha manda a velha ama de Orestes buscar Egisto, que estava ausente do palácio juntamente com seu corpo de guardas. As cativas do coro convencem a ama a modificar a mensagem de Clitemnestra, de modo que Egisto voltasse sozinho, deixando seus guardas longe do palácio. Logo após a chegada de Egisto, ele e Clitemnestra são mortos por Orestes, indiferente às súplicas maternas. Mostrando o manto ensangüentado em que seu pai fora imobilizado antes de ser morto, Orestes ressalta a justiça de seu ato de vingança. Em seguida sua mente começa a perturba-se. As Fúrias/Erínias vingadoras de sua mãe, invisíveis às outras pessoas presentes, aparecem diante dos olhos desvairados de Orestes, que se afasta precipitadamente.

Interpretação da obra:
Coéforas faz parte de uma trilogia, Agamêmnon, Coéforas e Eumênides. De fácil entendimento, mostra um panorama geral do que a precedeu e sugestiona o que está para acontecer. As tragédias gregas sempre têm como fio condutor, Coéforas não foge à regra, a necessidade do Homem manter-se no caminho da razão e do comedimento, tentando não agir por impulsos, para não provocar a ira de algum deus ou a vingança de outrem. Não se trata de ser bom ou ruim, mas de passar da medida. Em Coéforas quem vem pagar pela falta de medida é Clitemnestra e Egisto, assassinos de Agamênon. É importante frisar que a vingança de Orestes, personagem do livro, não é decidida por ele, mas por um deus, o que mostra a relação deuses - homens na sociedade grega, justificando também mais tarde em Eumênides sua absolvição. Dentro da estrutura da encenação, é interessante pensar no corifeu, em Coéforas como em Eumênides, o coro não está fazendo apenas um comentário da ação, mas interferindo na ação, às vezes até agindo. Um exemplo seria quando a ama vai buscar Egisto e o Corifeu a interpela, sugerindo que o busque sem o acompanhamento da sua guarda, ou seja, o corifeu participa da ação contribuindo para que o plano de Orestes tenha êxito. O coro como representação da sociedade, solicita a concretização da vingança, pois não foi uma pessoa comum assassinada, mas o rei, um rei herói, orgulho dos Aqueus, morto sorrateiramente.

Justiça e vingança são conceitos de base desta peça.

quinta-feira, 12 de março de 2009

AGAMÊMNON

Autor: Ésquilo
Tradução: Mário da Gama Kury
Editora: Jorge Zahar Editor
Assunto: Tragédia (Teatro grego)
Edição: 7ª
Ano: 2006
Páginas: 196 (17-87)
A Oréstia é uma trilogia trágica "interligada", a única que chegou praticamente intacta aos nossos dias. As outras peças da trilogia são, pela ordem, Coéforas e Eumênides.
Ao longo da trilogia, a lenda dos Átridas é relatada desde a morte de Agamêmnon até a absolvição de Orestes pela morte dos assassinos do pai. Agamêmnon, a primeira peça, conta a morte do rei logo depois da queda de Tróia.

Sinopse: Agamêmnon baseia-se na volta vitoriosa do herói à Argos, após ter vencido a guerra de Tróia e vingado a honra de seu irmão Menelau, marido de Helena, que havia fugido com Páris. A esposa de Agamêmon, Clitemnestra, por sua vez, também o trai, e arquiteta o assassinato do marido com o amante.
A obra traz as tensões e emoções do planejamento e da execução, por Clitemnestra, do assassinato de seu marido, Agamêmnon, vingando assim o sacrifício de sua filha por ele. A peça termina com o coro advertindo Clitemnestra de que seu filho Orestes, então no exílio, regressaria para vingar a morte do pai.

Resumo da narrativa:
Durante muito tempo os vigias ficaram atentos, até que finalmente, em certa noite do décimo ano após a partida do chefe grego, a chama da sinaleira apareceu no horizonte e foi vista pela sentinela postada no terraço do palácio de Argos.
Neste ponto começa Agamêmnon. Para celebrar o acontecimento, a rainha manda queimar incenso e levar oferendas aos altares dos deuses. Os anciãos componentes do coro, que haviam permanecido em Argos por causa da idade avançada, não crêem de imediato na notícia, recebida de forma tão insólita e rápida, e sua dúvida só é desfeita com a aparição do arauto, que apregoa a volta de Agamêmnon vitorioso, recém-chegado a Argos na única nau que escapara de uma tempestade no meio do caminho. Recebido com alegria simulada pela rainha, Agamêmnon pede acolhida cordial para Cassandra, filha de Príamo, que lhe coubera como presa de guerra. Diante da insistência de Clitemnestra, o rei consente em caminhar sobre tapeçarias suntuosas até o palácio. Cassandra, que fora dotada por Apolo do dom da profecia, procura convencer os anciãos do perigo a que se expunha Agamêmnon e, consciente da morte que também a esperava, entra no palácio. Ouvem-se os gritos de Agamêmnon ferido mortalmente; os cadáveres dele e de Cassandra são vistos em seguida no vestíbulo do palácio. Clitemnestra exulta com seu feito e desafia os anciãos. Aparece Egisto e declara que Agamêmnon morreu para pagar os crimes de Atreu, pai dele. Os anciãos, na iminência de entrar em combate com os soldados da escolta de Egisto, são contidos por Clitemnestra, mas antes advertem o usurpador de que Orestes, filho de Agamêmnon, então no exílio, regressaria para vingar a morte do pai.

sexta-feira, 6 de março de 2009

O CASTELO

Título original: Das Schloss
Autor: Franz Kafka (1883-1924)
Tradução: Modesto Carone
Editora: Companhia das Letras
Assunto: Romance (Literatura estrangeira)
Edição: 1ª
Ano: 2000
Páginas: 488

O Castelo foi escrito em 1922. Publicado (post-morten) em sua primeira edição em 1926 pela editora Kurt Wolff de Munique. A tradução de Modesto Carone dá-se a partir de edição crítica de Malcolm Pasley de 1982.
O cenário em que se passa a estória é a aldeia de Wossek, de onde a família de Kafka era originária. O Castelo é a “casa grande” senhorial da aldeia.

Sinopse: O agrimensor K. chega a uma aldeia coberta de neve e procura abrigo no Albergue da Ponte. O ambiente sombrio e a recepção ambígua dão o tom do que será o romance. No dia seguinte o herói vê, no pico da colina gelada, o castelo: como um aviso sinistro, bandos de gralhas circulam em torno da torre. K, por mais que tente, não consegue entrar no castelo, ficando na aldeia de fora do castelo ao longo da narração. A partir daí todo um mistério se desenvolve em torno do Castelo, dos habitantes da aldeia e até mesmo sobre a verdadeira identidade e objetivos de K.
As personagens principais são K., o agrimensor protagonista; os duplos Jeremias e Artur ajudantes de K.; Frieda, uma balconista do bar da Hospedaria dos Senhores; Olga, de uma família decadente socialmente; Barnabás, irmão de Olga, sapateiro e correspondente do castelo com a aldeia; Amália, irmã de Olga e heroina da estória; Klamm, alto funcionário do castelo; Pepi, uma empregada da Hospedaria dos Senhores; Gardena, dona do Albergue da Ponte e mãe de criação de Frieda; Sortini, funcionário do castelo; entre outros.

Interpretação da obra:
As interpretações do livro são muitas, desde simplesmente uma crítica à burocracia estatal (interpretação weberiana) até uma visão religiosa, mais especificamente judaica. Há também uma visão psicológica dizendo que o castelo seria o incosciente de K. e a aldeia sua consciência. Como a obra kafkiana é muito aberta, muito simbólica e muito alegórica, permite inúmeras interpretações possíveis, característica de todas as grandes obras.
Para uma interpretação mais precisa da obra, é preciso encontrar respostas para as seguintes perguntas: Quem é K.? Por que K. quer falar com o Castelo? Por que K. não reconhece os seus ajudantes? Por que K. quer se livrar de seus ajudantes? O que o Castelo representa?
O que se sabe sobre K. é muito vago: sabe-se que foi contratado como agrimensor, que tem uma mulher, um filho; não se sabe de onde ele apareceu. Não há nenhuma descrição corpórea dele. Ele não tem verdadeiramente um corpo. Ele é uma pessoa incerta, obscura e suspeita. Tudo nele é dúbio. Só se sabe que ele quer, obstinadamente, falar com o Castelo; ele quer alguma coisa do Castelo. Essa coisa é a chave da interpretação da obra.
K. quer falar com o Castelo porque ele quer uma identidade, deseja legitimar a sua situação e assim obter o reconhecimento de que ele é alguma coisa, pois ele não existe de fato; não tem consistência humana. Essa identidade, reconhecimento e legitimação precisa vir de cima para que seja aceito na aldeia.
K. não reconhece seus ajudantes Artur e Jeremias porque na realidade os ajudantes são duplos de K.; são ele mesmo; são o pedaço da sua realidade que ele não aceita e com a qual não quer se confrontar. A chegada dos duplos significa a recuperação da unidade da pessoa de K. mas ele não percebe isso.
K. quer se livrar de seus ajudantes porque não consegue compreender que eles representam a totalidade da condição humana e com isso não percebe eles são ele próprio.
Aquilo que se chama Castelo representa uma instância superior (o conde), mas também encerra coisas demoníacas (os subalternos). A parte de cima do castelo representada pelo conde, simboliza Deus; a parte baixa do castelo representada pelos subalternos é diabólica e simboliza a natureza abissal. Trata-se, portanto, da relação entre o firmamento de luzes e o abismo de trevas.

Conclusão:
A natureza humana é colocada numa tensão entre o Céu (Firmamento de Luzes) e a Terra (Abismo de Trevas). Os duplos: Jeremias representa o Céu e Artur representa a Terra e K. para recuperar a sua unidade teria de compreender que sua própria natureza é um eterno conflito entre o firmamento de luzes e o abismo de trevas.
K. não foi reconhecido de fato pelo Castelo, porque primeiro ele teria que reconhecer a si próprio, coisa que ele não foi capaz por não enxergar em seus ajudantes Jeremias e Artur, pedaços de sua própria unidade.
Os demônios subalternos do castelo (anjos caídos) aplicam todos os meios para que o homem não compreenda a sua realidade e natureza e assim impedem o encontro do homem com a Unidade. A única personagem que não entra no jogo demoníaco é Amália, a verdadeira heroína da estória.
K. faz o jogo demoníaco do mundo material: exige ser reconhecido sem se reconhecer primeiro, pensando que pode derrotar o sistema divino utilizando subterfúgios humanos. Acontece que ele só fala com o sistema de baixo, o sistema demoníaco que não passa de um jogo da mentira do castelo com a mentira da aldeia.

Sobre o autor: FRANZ KAFKA Nasceu em Praga, na Boêmia (hoje República Tcheca), em 1883. Fez seus estudos na cidade natal, formando-se em direito em 1906. Tuberculoso, alternou temporadas em sanatórios com o trabalho burocrático. Jamais deixou de escrever, embora tenha publicado pouco e, já no fim da vida, pedido inutilmente ao amigo Max Brod que queimasse seus escritos. A maior parte de sua obra, toda escrita em alemão, foi publicada após sua morte, que ocorreu em 1924, num sanatório perto de Viena. Kafka morreu de fome e sede, devido a tuberculose alojada na garganta que o impedia de comer e beber considerando que a medicina da época não dispunha de recursos de hoje. Quase desconhecido em vida, é considerado hoje um dos maiores escritores deste século.