segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Vol X- IGREJA DAS REVOLUÇÕES ( III )

Título original: L´Église des Révolutions ( III )
Autor: Daniel-Rops (Henri Jules Charles Petiot – 1901-1965)
Tradução: Henrique Ruas
Editora: Quadrante
Assunto: Religião-Cristianismo
Edição: 1ª
Ano: 2008
Páginas: 632

Sinopse: No décimo e último volume da coleção, Daniel-Rops narra as vicissitudes por que passaram os cristãos separados de 1789 até hoje.

Este é o último dos volumes da História da Igreja de Cristo, de Daniel-Rops. O autor estava trabalhando no décimo primeiro, que trataria do Concílio Vaticano II e de tantas outras manifestações da vitalidade da Igreja Católica quando faleceu, em 1965. Em Esses nossos irmãos, os cristãos, terceiro tomo de A Igreja das Revoluções, estuda os acontecimentos que, de 1789 até hoje, disseram respeito aos “irmãos separados”, pois a abundância do material o havia obrigado a reservar os dois tomos anteriores para os fatos da Igreja Católica.

Quem deseje um panorama objetivo e abrangente, mas de leitura cativante, que o ajude a localizar-se no meio das principais Igrejas, denominações, movimentos ou seitas que se declaram protestantes, ortodoxas, monofisitas ou nestorianas, encontrará aqui breves monografias que situam cada uma no seu lugar próprio, um perfil dos seus respectivos fundadores, um esboço da sua doutrina e um retrato da sua situação recente.

Por outro lado, o autor rejeitou deliberadamente tudo o que pudesse dar ao seu livro um caráter polêmico, por pensar que “uma atitude agressiva, seja qual for o terreno em que se manifeste, nunca procede de um amor autêntico à verdade, mas muito mais de uma adesão sectária a um partido, a um sistema de pensamentos e aos seus preconceitos”. Sem ferir nem a verdade da Revelação nem a da história, teve por objetivo principal compreender e fazer compreender, o primeiro passo no processo desse ecumenismo que, de acordo com o desejo de tantas almas do mundo inteiro, poderá conduzir um dia, se Deus assim o quiser, à união de todos os cristãos.

O livro abre-se sobre quatro cenas muito vivas, que descrevem o culto em formações protestantes vastamente diferentes. Traça a seguir um corte histórico que, da Reforma aos dias de hoje, recorda e mostra a origem dos grandes ramos protestantes – o luteranismo, as inúmeras derivações do calvinismo, os metodistas e batistas, os pentecostais... – e da Comunhão anglicana. No segundo capítulo, o autor, lançando mão do método que já seguiu nos volumes anteriores, faz um corte por assim dizer “geográfico” das grandes massas protestantes no mundo. Percorre desde as Igrejas quase que nacionais dos países nórdicos até o país da máxima pulverização religiosa, que é ao mesmo tempo um “bastião” do protestantismo: os EUA. Traça um quadro da expansão missionária protestante na África e na Ásia – que contou com figuras verdadeiramente impressionantes, como a de Livingstone na África ou de Güntzlaff na China – e do crescimento ocorrido ao longo do século passado na América Latina, para terminar com um breve resumo da situação mundial.

A seguir, num capítulo riquíssimo sobre o “espírito e a alma do protestantismo”, o autor debruça-se sobre os movimentos de “Despertar” que renovam uma e outra vez as formações nascidas da Reforma, embora dando origem, também uma e outra vez, a novas ramificações. Aqui encontramos retratos de grandes pensadores, como Kierkegaard e os teólogos Karl Barth e Rudolf Bultmann, esboços de correntes de pensamento como o protestantismo liberal e o social, panoramas do movimento de retorno à liturgia e do renascimento monástico consubstanciado em Taizé, estudos sobre as artes, um estudo da vida da alma exemplificado na figura de um “santo”, Toyohiko Kagawa, e um panorama da fragmentação mais recente, que mostra claramente a grande ameaça que paira sobre o futuro do protestantismo.

O quarto e o quinto capítulo estudam a Ortodoxia, também ela fragmentada em diversas Igrejas autocéfalas, embora mantenha substancialmente a unidade doutrinal; e as antigas Igrejas que se separaram da Igreja Católica entre os séculos III e VI, monofisitas e nestorianas. Além da história, doutrina, espiritualidade, grandes figuras e situação presente, vale a pena destacar o caso da Igreja russa, a maior das ortodoxas e a que mais sofreu com a perseguição comunista.

O último capítulo traz as palavras duras e comoventes de um protestante converso chinês sobre o triste panorama da “Túnica inconsútil” de Cristo, rasgada pelas misérias humanas: “Os senhores revelaram-nos Jesus Cristo, e estamos agradecidos por isso. Mas também nos trouxeram as suas distinções e divisões: uns pregam o metodismo, outros o luteranismo; outros são congregacionalistas, e outros ainda episcopalianos. O que lhes pedimos é que nos preguem o Evangelho”. É o ponto de partida para debruçar-se sobre a história do movimento ecumênico, que tem congregado tantas esperanças e conta com a bênção de vários papas.

Um comentário:

Pedro da Veiga disse...

Olá Anatoli - quanto tempo rapaz - claro que me lembro do Anatoly da Telepar, estudamos faculdade juntos já faz tempinho né?
Como vai você? O que anda fazendo?
Eu me aposentei na Prefeitura - e agora vivo mexendo com o computador, escrevendo livros, já lancei um com a história de Campo Mourão, e agora lanço este com discursos...
Estou também preparando o segundo volume da história de Campo Mourão, já encontra-se bem adiantado... ano que vem lançaremos..

Abraços PVeiga