segunda-feira, 14 de setembro de 2009

OS NOIVOS

Título original: I Promessi SposiAutor: Alessandro Manzoni
Tradução: Marina Guaspari
Assunto: Romance-histórico – Literatura estrangeira
Editora: Abril
Edição: 1ª
Ano: 1971
Páginas: 290

Sinopse: No norte da Itália, no século XVII (1628), durante a ocupação espanhola ao ducado de Milão, os jovens camponeses Lourenzo (Renzo) e Lúcia querem casar-se. Porém, Dom Rodrigo, o senhor da aldeia, deseja Lúcia por conta de uma aposta com o primo conde Atílio, proíbe o casamento ameaçando o padre Abbondio. O padre Abbondio, um poltrão congênito, depois de ameaçado, não realiza a cerimônia; Renzo recorre a um advogado (rábula) que nega ajuda ao casal por ser freqüentador do castelo do senhor Rodrigo; para não caírem numa armadilha dos sicários do senhor Rodrigo, os noivos vêem-se forçados a fugir. E assim começa todo o drama do casal, enredo principal da história, mas que apresenta muitos outros desdobramentos, tal como distúrbios populares por falta de pão, a devastação e rapinagem causada pelos vinte e oito mil infantes e sete mil cavaleiros que cruzaram o ducado de Milão, saqueando tudo e violentando todos e, finalmente a peste bubônica que assolou o norte da Itália matando 280 mil pessoas.

Tudo isso é contado na obra de Manzoni de forma magistral.

Resumo da Narrativa: Publicado definitivamente em capítulos, entre 1840 e 1842, único romance e a obra maior de Alessandro Manzoni, este livro representa a vanguarda literária de sua época, seguindo a trilha então recém-aberta pelo britânico Sir Walter Scott que havia criado o subgênero “romance histórico” com seu “Waverley”. A trama retrocede duzentos anos, quando o ducado de Milão, então sob domínio espanhol, envolve-se na guerra de sucessão mantuana, reino contíguo[1]. Os fatos históricos são reais e precisos, incluída a peste cuja impressionante descrição eternizou a obra.
            “Os Noivos” é o único grande romance italiano do século dezenove e incentivou a resistência contra o domínio austríaco que impedia a unificação italiana, feito que Manzoni viu com vida.




[1] O ducado de Milão foi governado pelos espanhóis por 150 anos (de 1554 a 1796). O autor retrocede a história do romance aos anos de 1628 a 1631.

Análise da obra: A obra quer nos contar que Renzo tenta interpor-se ao destino. Não funciona porque a força do destino, que ninguém controla, impede. Ao final do romance o mesmo destino que apõe os obstáculos todos, vai aos poucos os removendo um a um. Conta-nos, também, que devemos entender que as decisões têm impacto sobre as nossas vidas, todavia, essas decisões não garantem os resultados esperados porque não temos a menor idéia como o destino funciona. O mundo é cheio de mistérios incompreensíveis e precisamos compreender que há o incompreensível.

            Otto Maria Carpeaux diz que nesta obra estão presentes todos os sofrimentos infernais dos quais a humanidade é vitima: tirania, violência, paixões, injustiças, a peste e até aquele inimigo mais terrível da espécie humana, a burrice e a covardia.



Sobre o autor: Alessandro Francesco Tommaso Antonio Manzoni (Milão, 7 de março de 1785 — Milão, 22 de maio de 1873) considerado como o segundo maior escritor e poeta italiano, depois de Dante Alighieri, embora tenha escrito um único romance de sua vida a obra-prima I promessi sposi, traduzida para o português com o título Os noivos.

Nenhum comentário: