segunda-feira, 21 de setembro de 2009

ORTODOXIA

Título original: Orthodoxy
Autor: Gilbert Keith Chesterton (1874-1936)
Tradutor: Almiro Pisetta
Assunto: Apologética: Doutrina Cristã.
Editora: Mundo Cristão
Edição: 1ª
Ano: 2008
Páginas: 263

Sinopse: Esta obra é um marco do pensamento cristão do século XX. Numa época em que a Europa dava os primeiros passos para tornar-se uma sociedade pós-cristã, um intelectual cansado do cinismo reinante e do fascínio despertado por novas idéias, resgata o núcleo da fé cristã como arcabouço suficiente para dar sentido à existência humana.

Ao contar sua jornada espiritual, Chesterton defende os valores cristãos contra os chamados valores modernos como o cientificismo reducionista e determinista e faz saber à intelligentsia européia da primeira metade do século XX que o socialismo, o relativismo, o materialismo e o ceticismo estavam longe de responder às questões existenciais mais profundas. E quando questionado sobre as aparentes contradições da fé cristã, ele era um mestre em valer-se do paradoxo para apresentar a simplicidade do senso comum.

Enquanto isso, aqui no Brasil, padres, bispos e cardeais, em sua esmagadora maioria, aderem ao marxismo e a cura do corpo ao invés da alma. Abandonam a essência para se ocupar da forma. Esquecem-se do espírito para ocupar-se da matéria, do MST, da Via Campesina e da Teologia da Libertação constituindo-se assim, em traidores de Cristo, tal qual o foi Judas, dois mil anos atrás.

Um pequeno excerto da obra:

“Pessoas completamente mundanas nunca entendem sequer o mundo; elas confiam plenamente numas poucas máximas cínicas não verdadeiras. Lembro-me de que, certa vez, fiz um passeio com um editor de sucesso, e ele fez uma observação que eu ouvira antes muitas vezes antes; é na verdade, quase um lema do mundo moderno. Todavia, eu ouvi essa máxima cínica mais uma vez e não me contive: de repente vi que ela não dizia nada. Referindo-se a alguém, disse o editor: “Aquele homem vai progredir; ele acredita em si mesmo”. Disse-lhe então: “Quer saber onde ficam os homens que acreditam em si mesmos?” Eu sei. “Os homens que acreditam em si mesmos estão todos em asilos lunáticos”.

Ele disse calmamente que, no fim das contas havia um bom número de homens que acreditavam em si mesmos e que não eram lunáticos internados em asilo. “Sim, certamente”, retruquei, “e você mais do que ninguém deve conhecê-los. Aquele poeta bêbado de quem você não quis aceitar uma lamentável tragédia, ele acreditava em si mesmo. Aquele velho ministro com um poema épico de quem você se escondia num quarto dos fundos, ele acreditava em si mesmo. Se você consultasse sua experiência profissional em vez de sua horrível filosofia individualista, saberia que acreditar em si mesmo é uma das marcas mais comuns de um patife. Atores que não sabem representar acreditam em si mesmo; e os devedores que não vão pagar. Seria muito mais verdadeiro dizer que um homem certamente fracassará por acreditar em si mesmo. Total autoconfiança não é simplesmente um pecado; total autoconfiança é uma fraqueza. Acreditar absolutamente em si mesmo é uma crença tão histérica e supersticiosa como acreditar em Joanna Southcote: quem o faz traz o nome ´Hanwell´ [nome de um asilo para loucos] escrito no rosto com a mesma clareza que está escrito naquele ônibus” .

A tudo isso meu amigo editor deu uma profunda e eficaz resposta: “Bem, se um homem não acredita em si mesmo, em quem vai acreditar?” Depois de uma longa pausa eu respondi: “Vou para casa escrever um livro em resposta a sua pergunta”. Este é o livro que escrevi para responder-lhe.”

Sobre o autor:

Gilbert Keith Chesterton, conhecido como G. K. Chesterton, (Londres, 29 de maio de 1874 — Beaconsfield, 14 de junho de 1936) foi um escritor, poeta, narrador, ensaísta, jornalista, historiador, biógrafo, filósofo, desenhista e conferencista britânico.

Era o segundo de três irmãos. Filho de Edward Chesterton e de Marie Louise Grosjean. Casou-se com Frances Blogg. Concluiu os estudos secundários no colégio de São Paulo Hammersmith onde recebeu prêmio literário por um poema sobre São Francisco Xavier. Ingressa na escola de arte Slade School de Londres (1893) onde inicia a carreira de pintura que vai depois abandonar para se dedicar ao jornalismo e à literatura. Escreveu no Daily News. Nascido de família anglicana, mais tarde converteu-se ao catolicismo em 1922 por influência do escritor católico Hilaire Belloc, com quem desde 1900 manteve uma amizade muito próxima.

Ao falecer deixou todos os seus bens para a Igreja Católica. A sua obra foi reunida em quase quarenta volumes contendo os mais variados temas sob os mais variados gêneros. O Papa Pio XI foi grande admirador de Chesterton a quem conhecera pessoalmente.

Curiosidade: Chesterton era daqueles sujeitos que não conseguem passar despercebido aonde quer que estejam. A irreverência, o bom-humor e a eloqüência, associados a dois metros e nove centímetros de altura e a um peso médio de 140 quilos, transformavam qualquer ambiente; quer uma festa de aniversário infantil ou um acalorado debate com Bertrand Russel.

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