Título original: Wilhelm MeisterLejrjahre
Autor: Johann Wolfgand von Goethe (1749-1832)
Tradução: Nicolino Simone Neto
Editora: 34
Assunto: Romance
Edição: 1ª
Ano: 2006
Páginas: 608
Sinopse: Goethe narra as aventuras do jovem Wilhelm Meister, filho de um casal da burguesia alemã, que, contrariando as expectativas de sua família, desejosa de que ele faça carreira no comércio, decide juntar-se a uma trupe de comediantes, ingressando assim no mundo do teatro. Em meio a uma seqüência infindável de encontros, peripécias e diversas ligações amorosas, Meister se vê às voltas com os mais diferentes extratos sociais, cumprindo uma trajetória que desenha o painel da sociedade de seu tempo.
Autor: Johann Wolfgand von Goethe (1749-1832)
Tradução: Nicolino Simone Neto
Editora: 34
Assunto: Romance
Edição: 1ª
Ano: 2006
Páginas: 608
Sinopse: Goethe narra as aventuras do jovem Wilhelm Meister, filho de um casal da burguesia alemã, que, contrariando as expectativas de sua família, desejosa de que ele faça carreira no comércio, decide juntar-se a uma trupe de comediantes, ingressando assim no mundo do teatro. Em meio a uma seqüência infindável de encontros, peripécias e diversas ligações amorosas, Meister se vê às voltas com os mais diferentes extratos sociais, cumprindo uma trajetória que desenha o painel da sociedade de seu tempo.
Resumo da narrativa: Com uma habilidade fora do comum para desenhar de forma precisa os movimentos mais sutis e complexos da alma, Goethe narra a trajetória do jovem Wilhelm Meister, filho de um casal da burguesia alemã, que, contrariando as expectativas da família, desejosa que ele faça carreira no comércio, decide juntar-se a uma trupe de comediantes, ingressando assim no mundo do teatro.
Em meio a uma seqüência infindável de encontros, peripécias e experiência amorosas, Wilhelm Meister se vê às voltas com as mais diferentes esferas sociais, que se sobrepõem e encontram eco em seu espírito – o círculo burguês de seus primeiros anos, a ciranda dos atores e atrizes, as cenas da vida no castelo e na corte, as reuniões secretas de sábios – , esferas que não deixam de constituir, cada uma delas, uma forma específica de representação teatral.
O teatro desempenha, dentro da obra, um papel decisivo na formação do herói, pelo menos até o Livro V. Já no livro VI, peça praticamente autônoma dentro do romance e na qual se convenciou ver o fim de sua primeira parte, têm lugar as “Confissões de uma bela alma”. Esta passagem retrata a educação de uma figura feminina – processo que se desenvolve em isolamento, uma vez que a personagem não deseja sofrer nenhuma interferência externa em sua formação – e funciona, na economia da obra, como um contraponto exato da figura de Wilhelm Meister, sempre pronto e mesmo ansioso por absorver tudo que o mundo lhe oferece.
Já nos livros VII e VIII, sobretudo com a entrada em cena da Sociedade da Torre, a narrativa sofre uma reviravolta e a perspectiva se desloca da formação individual para a formação coletiva, o que incita o leitor a ver com outros olhos o caminho trilhado até o momento – processo que encontra correspondência nas transformações por que passa então o próprio Wilhelm Meister, agora desinteressado da vida artística e disposto a tornar-se um homem preparado para a realidade, ou seja, para o mundo.
Comentários: Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister, publicado em duas partes (em 1795 e 1796), deu origem a um novo gênero literário: o romance de formação (Bildungsroman), a mais importante contribuição alemã à literatura mundial.
Romance enciclopédico, que sintetisa e supera o livro de viagens e de aventuras, o romance de amor, o romance social e o de tese estético-filosófica, Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister não só configuram a totalidade social de uma época cmo nela situam com perfeição o ápice de uma concepção humanista da sociedade.
Goethe constrói seu livro em torno da questão da formação do indivíduo em condições históricas concretas, vez que a realização do homem não depende apenas da harmonia de sua vida interior, mas do modo como este se insere no contexto social. Pois é exatamente esta rara aliança entre valores individuais e coletivos que constitui o cerne deste livro que reúne com perfeição, a prosa das relações sociais e a poesia do coração.
Sobre o autor: Johann Wolfgang von Goethe (Frankfurt am Main, 28 de Agosto de 1749 — Weimar, 22 de Março de 1832) foi um escritor alemão, além de cientista e filósofo. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. Juntamente com Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão Sturm und Drang.
Excertos do livro:
Excertos do livro:
“Da moral não se podia tirar nenhum consolo. Não podiam bastar-me a severidade pela qual ela pretende dominar nossa inclinação [a inclinação do ser humano é para o mal], nem a complacência com que ela aspira a transformar em virtudes nossas tendências. As noções fundamentais que me infundiram a convivência com meu amigo invisível [está falando de Deus] já tinham para mim um valor muito mais decisivo.”
“As perguntas: ‘Que significa isso?”, “Como se dá tal fato?”, trabalhavam em mim sem cessar noite e dia. Até que, por fim, acreditei avistar num relampejar que, aquilo que eu procurava, devia ser buscado na encarnação do Verbo eterno [Deus], que tudo, inclusive a nós, criou. [Goethe defende aqui a idéia da Criação e não da Evolução]. Que outrora o primordial se tenha colocado como habitante nas profundezas em que mergulhamos, as quais ele vê e abarca, sendo penetrado por nossa condição de grau em grau, desde a concepção e o nascimento até o túmulo [Goethe defende que a vida se dá a partir da concepção; e não o que os abortistas psicopatas advogam para deleite de seus instintos assassinos], e que, por estranho desvio, ele remonta às alturas luminosas, onde também nós haveremos de habitar para ser felizes: eis o que me foi revelado, como a uma distância crepuscular.” [Goethe está dizendo que a felicidade deve ser buscada em Deus e não neste mundo].
“Oh, por que, para falar de tais coisas, temos de empregar imagens que só anunciam situações exteriores? Onde estão ante Ele algo de alto ou de profundo, algo de escuro ou de claro? Só nós temos um alto e um baixo, um dia e uma noite. E é precisamente por isso que Ele se torna semelhante a nós, pois, caso contrário, não poderíamos ter parte alguma nele.”
“Mas como podemos tomar parte nesse inestimável benefício? ‘Pela fé’, responde-nos a Escritura. Mas o que é a fé? Ter por verdadeira a narrativa de um acontecimento, de que pode valer-me? É necessário que eu possa apropriar-me de seus efeitos, de suas conseqüências. Essa fé de apropriação tem de ser um estado próprio de ânimo, desacostumado para o homem natural.” [Goethe está falando de uma das três virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade, únicas que conduzem a Deus]
“Pois bem, ó Onipotente, concedei-me então a fé”, supliquei um dia com o coração totalmente oprimido. Apoiei-me a uma pequena mesa, diante da qual estava sentada, e ocultei entre as mãos meu rosto coberto de lágrimas. Eu estava ali na situação em que se deve estar para que Deus escute as nossas preces, situação essa na qual raramente estamos.” [Que maravilha de passagem!]
“Sim, quem poderia descrever o que eu sentia então? Um impulso transportava minha alma para a cruz onde Jesus um dia morreu; [ ... ] Assim se aproximava minha alma Daquele que se fez homem e que morreu na cruz, e nesse instante eu soube o que era fé.” [pp. 380-381]
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