sexta-feira, 23 de outubro de 2009

FAUSTO – Uma tragédia (segunda parte)

Título original: Faust: eine Tragödie – Zweiter Teil
Autor: Johann Wolfgand von Goethe
Tradutor: Jenny Klabin Segal
Editora: Editora 34
Assunto: Romance (Literatura alemã – Séculos XVIII e XIX)
Edição: 1ª
Ano: 2007
Páginas: 1088

Sinopse: A história passa-se no século XVI. Fausto é o protagonista de uma popular lenda alemã de um pacto com o demônio, baseada no mágico e alquimista alemão Dr. Johann Georg Faust (1480-1540). O nome Fausto tem sido usado como base de diversos romances de ficção, o mais famoso deles do autor Goethe, produzido em duas partes, tendo sido escrito e reescrito ao longo de quase sessenta anos. A primeira parte - mais famosa - foi concluída em 1808 e a segunda, em março de 1832 - às vésperas da morte do autor.

Considerado símbolo cultural da modernidade, Fausto é um poema de proporções épicas que relata a tragédia do Dr. Fausto, homem das ciências que, desiludido com o conhecimento de seu tempo, faz um pacto com o demônio Mefistófeles, que lhe enche com a energia satânica insufladora da paixão pela técnica e pelo progresso. Esta mesma energia, porém, faz de Fausto um homem desdenhoso das consequências e estragos de sua Ciência, tornando-o um gênio leviano, um louco obcecado pelo progresso e cego para tudo mais.

Enredo da obra: No afã de superar os conhecimentos de sua época, Fausto evoca espíritos e, por fim, Mefistófeles, o demônio (palavra que significaria, etimologicamente, inimigo da luz) - com o qual negocia viver por vinte e quatro anos sem envelhecer.

Durante este tempo, conforme o contrato assinado com seu próprio sangue, serviria o diabo a Fausto, em troca da sua alma. Entregue aos prazeres durante este tempo, é finalmente ao termo deles levado para o Inferno.

Tendo, porém, encontrado o amor de Margarida, dela tenta obter a salvação, mas foi inevitável o destino a que se comprometera.

Resumo da narrativa: Na primeira parte, Fausto, um velho professor erudito e desiludido com a vida intelectual, faz um pacto com Mefistófeles, que lhe apresenta os prazeres do mundo (“é preciso viver, viver realmente”) contra a possessão de sua alma, mas o diabo só ganharia o direito a ela se Fausto dissesse, empanturrado de prazeres mundanos, “pára... és tão formoso”; ou seja, somente quando a angústia “fáustica” tivesse desaparecido. Como Fausto acha isso impossível, concorda.

Na abertura da segunda parte, Fausto está sozinho, deitado numa “região amena”. Espíritos benéficos aplicam bálsamos à alma ferida de Fausto, incentivando-o a reagir ao desespero, levantar-se e empreender ações corajosas (“da alma extrai-lhe o dardo da amargura”). Fausto enfim se levanta, cheio de alegria (“Pulsa da vida o ritmo palpitante”) e imbuído da decisão de “aspirar à máxima existência”. Agora reconhece os seus limites.

A cena muda para uma reunião do Conselho de Estado com o Imperador, cujo reino passa por grandes dificuldades: corrupção, venalidade e arbítrio geram o caos, desordens e motins.

Mefistófeles, por meio de um estratagema, toma o lugar do bobo na corte. Como solução para a crise, propõe, com apoio do astrólogo oficial, emitir papel-moeda com lastro em ouro escondido, com a condição de que a mineração fosse feita por “um homem doutíssimo”, estratagema para introduzir Fausto na corte. Esta conversa de Mefistófeles, misturando “Natureza” e “Espírito” seduz o Imperador que é acusado de heresia pelo Chanceler, o arcebispo de Mogúncia, mas o diabo é convincente e promete dinheiro.

Comentários: Na primeira obra, Fausto viajou pelo “pequeno mundo” da vida privada e do amor. Nesta, ele penetra no “grande mundo” da civilização e da cultura.

A segunda parte de Fausto é mais complexa, pois mistura debates científicos da época com referências mitológicas de simbologia muitas vezes obscura, o que criou o consenso de que se trata de uma obra difícil.

'Fausto', foi fruto de décadas de trabalho do grande poeta alemão. Com supervisão do professor Marcus Vinicius Mazzari, esta edição traz, ao lado do original alemão, a tradução completa da segunda parte realizada por Jenny Klabin Segall, totalmente revista, acrescida de notas e comentários que orientam a leitura deste livro. Este volume reproduz também a série integral de 143 ilustrações a bico-de-pena de um dos maiores nomes do Expressionismo alemão, Max Beckmann (1884-1950), criadas pelo artista no exílio em plena Segunda Guerra Mundial.

Um comentário:

Alex Genaro disse...

Olá meu amigo, acabei de ler recentemente o Fausto da coleção "Obra prima de cada autor" da Martin Claret, mas pelo que vi essa que vc indica parece ser bem mais completa, eu confesso que achei a segunda parte um pouco confusa,

Pelo que pude entender Mefistofeles ganha a guerra para o imperador em troca de uma posição de status para Fausto, que em seguida fica cego e logo depois morre.

É isso mesmo?

Belo trabalho o que vc esta fazendo.

Um Grande abraço