A grande mensagem de Aldous Huxley: o Homem ainda faz parte da Natureza. Ele não pode anulá-la, pois ela vive dentro dele próprio. Ele ainda pode voltar a ser o que era antes de se "destacar" de seus "irmãos", se é que chegou a ser.
Estudo sobre Aldous Huxley
Prefácio a Admirável Mundo Novo, escrito para a
reedição dessa obra pela Editora Globo, São Paulo, 2001.
1. Admirável Mundo Novo
Se houve no século XX um escritor que nunca
cedeu ao cansaço e ao tédio, que conservou até o fim um apaixonado interesse
pela vida e pelo conhecimento, que não cessou de se elevar a patamares cada vez
mais altos de compreensão, até chegar, em seus últimos dias, às portas de uma
autêntica sabedoria espiritual, esse foi Aldous Huxley.
Como artista, é cheio de imperfeições. Nenhuma
de suas obras dá a medida integral da riqueza da sua personalidade ou da
solidez de seus recursos intelectuais. Ao contrário, cada uma delas, se tem o
brilho de um achado literário premiado por um êxito retumbante, desperta em
seguida a suspeita de ter sido apenas um golpe de sorte. Por isto Huxley, amado
pelo público, foi com freqüência visto com certo desdém pelos críticos eruditos
(o nosso Otto Maria Carpeaux, por exemplo). Mas a crítica erudita julga livros
e não almas. O homem Aldous Huxley, visto na perspectiva integral de sua vida e
de suas obras, é bem melhor do que a crítica deste ou daquele livro em
particular pode revelar. Nessa escala, o público o enxergou melhor que os
críticos. Poucos homens de letras souberam honrar tão bem, pela seriedade de
sua luta pelo conhecimento, o amor que o público lhes devotou.
Símbolo e resumo de sua trajetória vital é a
luta de décadas que ele empreendeu contra a cegueira. A doença que aos 17 anos
reduziu sua visão a aproximadamente um décimo do normal não foi para ele, como
provavelmente o seria para muitos outros escritores numa era de egocentrismo e auto
piedade, ocasião de especulações vãs sobre a maldade do destino. Foi a
oportunidade de um mergulho nas fontes corporais e espirituais da percepção,
mergulho que acabou por fazer dele o autor de reflexões epistemológicas bem
mais interessantes do que muitas obras de filósofos acadêmicos sobre o assunto.
Algumas dessas reflexões surgiram ao longo de sua experiência com os exercícios
do Dr. Bates, um despretensioso oftalmologista norte-americano cujo sucesso na
cura de Huxley veio a tornar célebre. O Dr. Bates era um inimigo dos óculos.
Achava que todo olho doente tem momentos de sanidade que são estrangulados pela
camisa-de-força de uma lente de grau fixo. Muito de sua técnica consistia
apenas em restaurar no paciente a curiosidade visual e o amor à luz. Talvez ele
nunca tenha atinado com a formidável importância filosófica de sua técnica. Mas
Huxley, à medida que recuperava a visão graças aos exercícios de Bates, ia
fazendo duas descobertas filosóficas fundamentais. A primeira delas estava
sendo elaborada simultaneamente, sem que Huxley o soubesse, pelo filósofo basco
Xavier Zubiri, uma das mais poderosas mentes filosóficas deste e de muitos
séculos. Segundo Zubiri, não existe aquela coisa kantiana de dados sensíveis
brutos, caóticos, colhidos pelo corpo e sintetizados na mente segundo padrões a
priori. A percepção humana é, inerentemente, percepção intelectiva ou, na
fórmula zubiriana, “inteligência senciente”. Isto tapava, de um só golpe, o
abismo que três séculos de idealismo filosófico haviam cavado entre
conhecimento e realidade. “Realidade”, diz Zubiri, é o aspecto formal que o ser
oferece à percepção humana. Não há uma “coisa em si” a ser apreendida para além
da percepção, porque, precisamente, o que o ser oferece à nossa percepção é o
seu “em si” e nada mais, ou, como diria Zubiri, aquilo que ele é “de suyo”, de
seu, de próprio, de real.
Huxley, que nunca ouviu falar de Zubiri (as
obras do filósofo só vieram a difundir-se no mundo a partir da década de 70,
após a morte de romancista), chegou, pela experiência pessoal da luta pela
visão, a conclusões similares. A “arte de ver” (The Art of Seeing, 1943) não
consistia no esforço interrogativo que, segundo Kant, equiparava o buscador do
conhecimento ao juiz de instrução que inquire ativamente a testemunha em vez de
deixá-la falar o que quer. Bem ao contrário, consiste numa aceitação passiva e
gentil daquilo que as coisas, “de suyo”, queiram nos mostrar. A redução da
libido dominandi intelectual às suas justas proporções fazia do ato de ver uma
devoção contemplativa ante a realidade do mundo.
A segunda descoberta filosófica de Huxley, no
curso de seus exercícios ópticos, filia-o a uma tradição ainda mal conhecida no
Ocidente de hoje, e praticamente desconhecida no mundo acadêmico do seu tempo.
A natureza do mundo objetivo, nas suas experiências, revelava-se essencialmente
como luz -- luz no sentido físico, sustentada, porém, desde o íntimo, pela luz
espiritual. A ativação desta última, no sujeito cognoscente, despertava a sua
contrapartida objetiva sob a forma da luz inteligível que se revelava nas
coisas vistas, simultaneamente à sua revelação pela luz física. A meditação
deste ponto remonta à “filosofia iluminativa” de Shihaboddin Sohrawardi
(1155-91) filósofo persa cujas descobertas só encontraram, no Ocidente, um eco
acidental e longínquo em observações casuais de Robert de Grosseteste (c.
1170-1253). Huxley soube algo de Sorawardi, anos depois, pois menciona-o de
passagem em algum ensaio. Mas, na época em que fazia as experiências relatadas
em The Art of Seeing, já estava mergulhado, sem saber, numa atmosfera inconfundivelmente
sohrawardiana.
Esses pontos já bastam para mostrar a
intensidade filosófica do mundo interior de Aldous Huxley, o que o coloca num
patamar intelectual bem superior ao da média dos romancistas do seu tempo.
Mas a especulação vivenciada dos mistérios da
percepção levou-o a algumas interessantes experiências no campo da técnica
ficcional. Em “Contraponto” (1923), ele esboça a reconstituição da unidade de
uma atmosfera emocional pela justaposição de detalhes aparentemente separados.
Isso poderia fazer pensar, à primeira vista, na síntese kantiana. Mas, lida com
mais atenção, cada cena do romance já traz em si, como em miniatura, o tônus
emocional do conjunto. Não se trata, pois, da unificação intelectual de um
significado a partir de detalhes insignificantes, mas sim de uma mesma
realidade vista em dois planos: de perto e de longe. Mais que “dados”
atomísticos kantiano, os episódios de “Contraponto” são mônadas de Leibniz,
cada uma refletindo, desde o seu ângulo próprio, a forma do conjunto.
Algo dessa técnica repete-se nas primeiras
páginas do “Admirável Mundo Novo”. Flashes da produção de bebês in vitro, do
doutrinamento de crianças para a cidadania padronizada, das diversões
programadas como parte da disciplina civil, vão recompondo, aos poucos, a
imagem global de um mundo do qual a liberdade de escolha foi excluída e onde as
criaturas repousam confortavelmente na submissão hipnótica à ordem estatal
perfeita. A sociedade futura aí descrita, que o autor situa no século VII d. F.
(“depois de Ford”, ou às vezes “depois de Freud”) é aparentemente uma utopia,
no sentido definido por Goethe: “Uma série de idéias, pensamentos, sugestões e
intenções, reunidos para formar uma imagem de realidade, embora no curso
ordinário das coisas dificilmente venham a se encontrar juntos.” Um universo
assim construído teria uma constituição nitidamente kantiana: síntese mental de
dados que, na realidade, se encontram dispersos. Mas essa não é,
definitivamente, a estrutura do romance de Huxley. Nenhum dos elementos da Nova
Ordem Mundial que ele nos apresenta pode ser concebido separadamente. Não se
pode controlar administrativamente as emoções humanas sem a ajuda química (as
pastilhas de soma), nem habituar as multidões à satisfação bovina de uma
auto-hipnose permanente sem controle laboratorial de suas predisposições
genéticas; nem, muito menos, fazer tudo isto ao mesmo tempo na escala limitada
de um Estado nacional, sem o controle simultâneo de todo o globo terrestre.
Mundialismo, controle genético, adestramento comportamental e intoxicação
coletiva não são dados soltos para a mente construir com eles uma utopia: são
órgãos solidários e inseparáveis de um mesmo e único sistema. Onde quer que
apareça um deles, os outros o seguirão, mais cedo ou mais tarde. A lógica deste
romance imita e condensa a lógica da História.
Por isso mesmo o “Admirável Mundo Novo” é
menos uma utopia, uma especulação sobre um futuro possível, do que a percepção
imediata do nexo interna por trás de uma pluralidade de modas e escolas de
pensamento que floresciam na época em que o romance foi escrito, e que
constituem a matriz unificada, não somente do mundo possível no século VII d.
F., mas do mundo em que vivemos hoje. Huxley, com efeito, nada inventou. Tudo o
que fez foi perceber a unidade subjacente às idéias dominantes do seu tempo,
que geraram nosso modo de existir atual. A atmosfera em que vivemos foi, de
fato, determinada pelas concepções de Lenin e Ford, Margareth Mead e H. G.
Wells, Malinowski e Pavlov. As referências, sutis ou abertas, a estes e a
muitos outros “maîtres à penser” da década de 20 abundam nas páginas deste
livro, que portanto pode ser lido menos como uma utopia no sentido goetheano do
que como um diagnóstico da unidade de sentido por trás de tendências de
pensamento que se ignoravam umas às outras no instante mesmo em que, às cegas,
concorriam para erguer as paredes de um mesmo edifício: o edifício da Nova
Ordem Mundial.
O Sr. Wells, um autor menor que acabou por ser
quase esquecido, é mencionado de passagem neste livro como um dos principais
construtores da Nova Ordem. Passados oitenta anos, poucos observadores da
realidade de hoje se dão conta de quanto ele contribuiu para formá-la, coisa
que no entanto já estava óbvia para Aldous Huxley em 1931. O Sr. Wells, no
livro “A Revolução Invisível” (1928), foi o primeiro a apresentar o projeto
integral de uma Nova Ordem, que parece ter inspirado de algum modo os Srs.
Clinton e Blair. Que feito de tão magna importância fosse obra de um autor que
representa mais do que ninguém a mediocridade satisfeita do progressismo
moderno, é coisa que não deve nos estranhar, pois a Nova Ordem, com seus
clones, seus tribunais mundiais e seu controle da internet, não é outra coisa
senão a mediocridade materializada em escala global -- o mundo onde o Sr. Wells
se sentiria tão à vontade quanto Bouvard e Pécuchet.
As contribuições menores não devem porém ser
desprezadas. Nossas concepções atuais sobre o prazer sexual ilimitado como um
direito a que o Estado deve assegurar o acesso igualitário das massas não
teriam sido possíveis sem o relativismo antropológico de Margaret Mead. Se
enquanto cientista ela foi tão precária quanto é minguado o talento literário
do Sr. Wells, nada mais justo: somente a pseudociência e a pseudoliteratura
podem gerar mundos. Sua função, como já dizia Karl Marx, não é a de compreender
o real, mas a de mudá-lo. Mas as idéias não precisam ser inteiramente falsas
para esse fim. Basta que sejam infladas para além de seus limites razoáveis.
Pavlov, por exemplo, descreveu com acerto a psicologia dos cães. O homem não
pode ser compreendido integralmente à luz da psicologia canina, mas pode ser
integralmente manipulado desde a parte canina do seu ser, transformando-se em
algo praticamente indiscernível de um cão, o que dará à psicologia de Pavlov,
na prática, um alcance que ela jamais poderia ter em teoria. De modo análogo,
todos podemos ser levados a comportar-nos como pacientes psicanalíticos,
militantes proletários ou peças de uma linha de produção, dando uma espécie de
“segunda realidade”, como diria Robert Musil, às ideologias de Freud, Marx e
Henry Ford. Depois disso, contestar essas teorias se tornaria tão difícil
quanto tentar provar o valor da vida a um suicida que, tendo saltado do décimo
andar, já se encontrasse à altura do sexto ou quinto. A dificuldade que os
personagens deste livro encontram para perceber a irrealidade do mundo social
que as rodeia é dessa mesma índole: elas constroem essa irrealidade a cada
instante, com suas próprias vidas, e se aprisionam nela no ato mesmo de tentar
contestá-la em pensamento.
A unidade maciça do pesadelo descrito neste
livro não é um produto da mente, construido com indícios esparsos, um vulgar
“silogismo imaginativo” eisensteiniano em que, dadas duas imagens reais, o
espectador contrói uma terceira, fictícia, e nela crê. É antes a visão real da
unidade da atmosfera cultural dos anos vinte e trinta condensada em imagens e
projetada -- erroneamente -- num século futuro. Erroneamente, digo eu, porque o
próprio Aldous Huxley, em 1959, confessava seu erro de datas: “As profecias
feitas em 1931 estão para realizar-se muito mais depressa do que eu calculava”,
afirmou ele em Brave New World Revisited, uma atemorizante coletânea de ensaios
sobre lavagem cerebral, persuasão química, hipnopédia, influência subliminar e
outras técnicas de manipulação comportamental que, previstas para o século VII
d. F., já estavam prontas para o uso na segunda metade do século XX. Passado
mais meio século, porém, já transcendemos a época das descobertas técnicas e
entramos, em cheio, na da sua aplicação rotineira em escala mundial. Uma boa
descrição parcial desse estado de coisas encontra-se no livro de Pascal
Bernardin, Machiavel Pedagoge ou le Ministère de la Réforme Psychologique
(Paris, Éditions Notre-Dame des Grâces, 1998), que analisa as técnicas
educacionais hoje padronizadas em todo o mundo sob os auspícios de governos e
de prestigiosos organismos internacionais. As conclusões do seu exame são duas.
Primeira, a educação das crianças no mundo de hoje despreza a sua formação
intelectual e se dedica quase que inteiramente ao adestramento comportamental
dos perfeitos cidadãozinhos da Nova Ordem Mundial. Segunda: as técnicas usadas
para esse fim pouco têm a ver com o que que se denominava tradicionalmente
“pedagogia”, mas se constituem essencialmente de manipulação pavloviana. Que
isso ocorra simultaneamente a experimentos de clonagem humana, à formulação de
uma ética padronizada para abolir todas as diferenças culturais e religiosas, à
instauração de um poder médico global incumbido de receitar e vetar condutas a
pretexto de higiene e saúde, à criação de tribunais mundiais para impor à toda
a humanidade o direito penal de Wells, Bouvard e Pécuchet -- nada disso é
coincidência, nada disso é síntese mental de dados esparsos. É a unidade de um
sistema de erros, cujas sementes Aldous Huxley identificou em 1931 e cujo
crescimento ultrapassou, em velocidade, os seus mais sombrios diagnósticos.
No entanto, o mundo em que vivemos ainda não
se parece, no seu todo, com o Admirável Mundo Novo. A diferença principal é que
neste os “selvagens”, isto é, as pessoas que rejeitavam a existência
antisséptica na sociedade perfeita e continuavam presas de hábitos bárbaros
como ler a Bíblia, rezar e educar seus próprios filhos em vez de entregá-los ao
Estado, se encontravam isoladas geograficamente, vivendo em reservas a milhares
de quilômetros dos centros civilizados. No mundo de hoje, elas vivem soltas nas
grandes cidades, misturadas aos seres humanos normais que só acreditam nos
noticiários da TV e que entregam não só seus filhos como também seus pais à
guarda do Estado. Por isto a vida moderna não tem a uniformidade tediosa das
cidades de Huxley.
Mas isso não quer dizer que, no domínio da
estrutura social, ao contrário do que acontece no da tecnologia, o cumprimento
da profecia esteja atrasado. Nas últimas quatro décadas, a elite bem-pensante
inventou meios tão eficazes de isolar psicologicamente, culturalmente e
socialmente os indesejáveis, que separá-los geograficamente tornou-se uma
despesa desnecessária. A presença de um crente nas altas cátedras
universitárias ou nos cargos de destaque do jornalismo, por exemplo, tornou-se
tão inconcebível, que todos os selvagens que poderiam ambicionar esses postos
recuam espontaneamente para os bas-fonds da vida social, deixando o palco
inteiramente à disposição dos bons cidadãos. A secretária de Estado Madeleine
Albright foi até explícita: qualquer americano que contribuísse regularmente
para uma igreja e se preparasse ativamente para o Juízo Final se tornariam um
virtual candidato a ter sua vida vasculhada pelo FBI. As reservas de
“selvagens” não estão nos confins da Terra como no romance. Elas estão entre nós.
Nas suas últimas décadas de vida, Aldous
Huxley adotou decididamente uma escala de valores “selvagem”. Mergulhou no
estudo das literaturas sapienciais e místicas, adquirindo uma antevisão daquilo
que Fritjof Shuonn viria a chamar “unidade transcendente das religiões”, tão
diferente do ecumenismo burocrático de hoje quanto as visões de Sta. Teresa ou
Jacob Boehme diferiam da leitura de uma circular da CNBB. Com isso, tornou-se
estranho e incompreensível, simultaneamente, aos materialistas da linha Wells e
aos paladinos de ortodoxias exclusivistas. Aventurou-se mesmo numa tentativa --
falhada -- de descobrir nas drogas alucinógenas a rota de fuga para fora da
percepção padronizada. Mas a experiência fracassada não foi estéril. Se não
abriu para quem quer que fosse “as portas da percepção”, despertou Aldous
Huxley para a temível realidade da manipulação química do comportamento, que
ele denuncia corajosamente em Brave New World Revisited, e para os aspectos
falazes e ilusórios da democracia, que ele caricatura impiedosamente em seu
último romance, A Ilha, espécie de contrapartida dialética do Admirável Mundo
Novo.
Da observação microscópica do mecanismo da
percepção até a intuição global dos rumos da história humana, o olhar de Huxley
jamais perdeu de vista a unidade do real e, em conseqüência, o senso da
integridade humana, que tantos romancistas, seus contemporâneos, cedendo à
suprema tentação, não fizeram senão dispersar numa poeira de estilhaços.
Nenhum de seus livros dá conta integral da
riqueza de sua experiência do mundo. Mas em nenhum deles está ausente a tensão
entre o apelo unificante do alto e as brutais forças centrífugas que tentam
dissolver a unidade da consciência para mais facilmente amoldá-la à mera
uniformidade exterior de um mundo forjado. Voltar a si, reconquistar
perenemente o senso da verdadeira unidade e, com isto, redescobrir a luz do
espírito em seus reflexos no mundo exterior -- eis o sentido da vida e da
literatura de Aldous Huxley. Poucos escritores, no século XX, souberam colocar
a ocupação literária a serviço de finalidade tão alta e tão nobre. Por isto a
obra de Aldous Huxley, malgrado seu múltiplos defeitos, sobreviverá. Ela tem o
interesse permanente de tudo aquilo que se volta para “a única coisa
necessária”.
26/03/01
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