A MONTANHA MÁGICA
Título original: Der
Zauberberg
Publicação original: 1924
Autor: Thomas Mann
Tradutor: Herbert Caro
Assunto: Literatura Estrangeira - Romance
Editora: Nova Fronteira - 2ª edição 2005 - 992 páginas
A obra começou a ser escrita em 1913, inspirada na estadia de sua mulher, Katja Mann, no Sanatório da Floresta em Davos, na Suíça, em
Sinopse: Hans Castorp vai ao sanatório de Berghof, na aldeia suíça de Davos-Platz, para visitar um primo, até que uma suspeita de tuberculose o obriga a passar três semanas e ele acaba ficando lá por sete anos. Neste período ele convive num ambiente doentio, repleto de tuberculosos desenganados definhando física e espiritualmente numa vida sem perspectiva. No sanatório conhece pessoas de várias raças, credos e diferentes personalidades, às quais procura analisar seus problemas, inquietações, sofrimentos de toda ordem, até que a montanha começa a operar sua mágica e Hans se transforma. Paulatinamente, vai percebendo o sentido da vida e do tempo. As personagens procuram em si, nos outros e no mundo que os rodeia um sentido que lhes explique a vida, o amor e a morte. Todas as tendências do pensamento, todos os conflitos morais, psicológicos, sociais e políticos estão aí representados pelos companheiros de tuberculose que formam uma espécie de microcosmo da humanidade.
Significado da obra:
Mann nos transmite a mensagem que
a vida real humana acontece na planície, todavia carece do concurso da montanha
porque somente a partir dela se pode perceber o sentido da vida, invisível pela
perspectiva da planície. Assim, Hans Castorp precisa subir a montanha para
compreender o mundo e descer à planície para vivê-lo.
Thomas Mann
nasceu em Lübeck, norte da Alemanha, no dia 6 de junho de 1875 e teve como
berço uma tradicional família de aristocratas. Sua mãe, Julia da Silva Bruhns,
era brasileira, nascida na fazenda Boa Vista, em Angra dos Reis, e transferida
com a família para a Alemanha durante a adolescência. Com apenas 26 anos, ele
foi descoberto para o mundo através da publicação de Os Buddenbrooks, seu
segundo livro, que narra a decadência em quatro gerações de uma família burguesa
tradicional, inspirada em seu próprio clã.
Thomas Mann se tornou vítima das contradições do seu tempo, marcado por extremos ideológicos brutais. Para a esquerda, era um nacionalista ferrenho, que pregou a superioridade germânica em seus primeiros livros. Para a direita - sobretudo na época da caça às bruxas do Macarthismo nos EUA -, ganhou a pecha de comunista. Mann nunca transitou entre os dois extremos. Foi, acima de tudo, um anti-radical, que desprezou com todas as forças a mácula do nazismo, numa indignação que pode ser mensurada numa frase: "Falo de nossa vergonha. A Alemanha inteira, o espírito alemão, o pensamento alemão, a palavra alemã são atingidos por essa desonra". Faleceu na Suíça em 1955.