AS SEIS DOENÇAS DO ESPÍRITO
CONTEMPORÂNEO
Título original: Sase Maladie
all Spiritului Conteporan
Autor: Constantin Noica
Tradução: Fernando Klabin e Elena Sburlea
Editora: Record
Assunto: Filosofia
Edição: 1ª
Ano: 1999
Páginas: 208
Sinopse: Numa época de uniformização estéril da cultura
mundial, a mensagem de Constantin Noica, vindo de fora e de longe dos centros
dominantes, é a voz da diferença, a voz da autêntica criatividade, tão marginal
na sua proveniência geopolítica quanto central no seu significado humano e
espiritual.
Comentários: Segundo José Monir Nasser, o filósofo romeno é um
desses pensadores poderosos com baixo reconhecimento internacional por ter
vivido na periferia intelectual do mundo, caso também do australiano David
Stove e do brasileiro Olavo de Carvalho. O caso de Noica é mais específico,
porque passou a vida perseguido pelo governo comunista da Romênia, que o isolou
da grande conversação, na expressão de Mortimer Adler. Mesmo assim, Constantin
Noica antes de morrer, conseguiu publicar seu opus magnum, “As Seis Doenças
do Espírito Contemporâneo”, análise cortante que vai fundo na dissecação
espiritual de nossa época. O modelo de Noica, permitindo a tipificação de seis
doenças espirituais, é uma fórmula muito abrangente e útil. O Brasil, por
exemplo, pode ser interpretado por vários aspectos patológicos simultâneos. O
mesmo vale para nossa auto-análise.
Segundo Olavo de Carvalho, prefaciador e comentador da
obra escreve que As Seis Doenças do
Espírito Contemporâneo avulta como obra de maturidade, onde uma filosofia
longamente meditada alcança enfim aquela expressão simples e nítida que é a
marca do gênio filósofo aliado a um talento literário incomum. As Seis doenças são nada mais, nada menos
que as diferentes relações que têm entre si os traços definidores de todo ser,
de toda realidade existente: a individualidade,
a generalidade, as determinações que situam a
individualidade na generalidade. Trata-se, pois, de um tratado de ontologia.
Mas, em vez de apresentá-lo à maneira carregada e cinzenta de uma tese
acadêmica, Noica preferiu fazê-lo sob a alegoria de um manual de patologia
médica, onde, dos padecimentos do espírito humano, a descrição sobe até a
análise das limitações e deficiência do ser em geral. E como para chegar
a seus diagnósticos ele toma por material de exame as obras maiores da
literatura e da filosofia ocidentais, este livro se torna também, de quebra, um
ensaio de filosofia da história e da cultura.
A fórmula que dá unidade ao
conjunto da obra é de uma originalidade que surpreende. Há um humorismo sutil,
melancólico e extravagante, na idéia de nomear os mais sublimes padecimentos do
espírito com neologismos técnicos, de composição grega, que parecem diretamente
extraídos de um tratado de patologia clínica. Pois é exatamente isso o que
espera o leitor nas páginas deste livro.
