quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

RECORDAÇÕES DA CASA DOS MORTOS

Título original: Zapiski iz Mertvogo Doma (1861)
Autor: Fiódor Mikháilovitch Dostoievski
Tradução: José Geraldo Vieira 
Assunto: Romance – Literatura estrangeira
Editora: Martin Claret
Edição: 1ª
Ano: 2006
Páginas: 316
Nota: A editora José Olympio lançou uma edição em 1950 com tradução de Raquel de Queiroz, hoje só encontrável em sebos.

Sinopse: Por meio da personagem Alexander Petrovich Goriantchikov, condenado pelo assassinato da esposa, Dostoiévski retrata o sofrimento físico e mental dos que foram segregados da sociedade e confinados em uma prisão. Baseado em sua própria experiência de quatro anos como prisioneiro político nos campos da Sibéria, o romance revela a degradação humana, comum a todos os sistemas prisionais. O homem humilhado socialmente, vivendo situações-limite e carregando o peso de suas culpas, encontra-se aqui representado. Dostoiévski desvenda personagens que vão ao extremo, delineando seus perfis, bem como o funcionamento do sistema prisional. O autor entende que o regime prisional não ressocializa o criminoso e que a figura do detento 'redimido' é utilizada como modelo para indicar que o sistema social em questão é eficiente. A edição inclui a 'Carta de Dostoiévski ao irmão Mikhail', escrita na passagem de seus quatro anos de reclusão para cumprir o resto da pena como soldado raso. A carta desvela um Dostoiévski fragilizado, solicitando atenção fraterna, tanto material como espiritualmente. O livro traz reflexões de cunho psicológico e social.
A obra retrata a procura de níveis mais profundos da consciência do real e sua ambivalência. A experiência da vida no presídio levou o autor a tratar de problemas relacionados com a culpa e a punição pelo crime, a própria realidade do mal em si e os limites da ação humana dentro da ordem social.
Dostoiévski desvenda, com maestria e profundidade psicológica, personagens que vão ao extremo, delineando seus perfis, bem como o funcionamento do sistema prisional. O livro traz profundas reflexões de cunho psicológico e social. São ponderações que nos possibilitam repensar os nossos conceitos acerca da nossa realidade.


Comentários: Esta obra representa o divisor de água nas obras de Dostoievski. Até então publicara: O romance Biednie liudi (Gente pobre) em 1846; Dvoini (O Sósia) em 1846; Bielie notchi (Noites brancas) em 1848; Nietotchka Niezvanova em 1849; Unijenie i oskorblionie (Humilhados e ofendidos) em 1861; Igrok (O Jogador) em 1866, obra de fundo autobiográfico.