quinta-feira, 1 de maio de 2014

A VIOLÊNCIA E O SAGRADO



Título original: La Violence et le sacré
Autor: René Girard
Tradução: Martha Conceição Gambini
Editora: Paz e Terra
Assunto: Ritos e cerimônias
Edição: 2ª
Ano: 1998
Páginas: 410

Sinopse: “A obra põe na arena da discussão a polêmica idéia de que os homens são governados por um mimetismo instintivo responsável pelo desencadeamento de ‘comportamentos de apropriação mimética’ geradores e conflitos e rivalidades de tal ordem, que a violência seria um componente natural das sociedades humanas a ser incessantemente exorcizado pelo sacrifício de vítimas expiatórias.
A função do sacrifício seria, assim, apaziguar a violência e impedir a explosão de conflitos decorrentes de rivalidades cada vez mais crescentes. Com o aumento das crises, os rivais passam a ser os próprios objetos da atenção mimética, o que, para Girard, acaba por produzir os ‘efeitos da vítima propiciatória’. Por um mecanismo estranho e dilacerador, a boa vítima passa a ser o alvo predileto da violência com uma força simbólica tão ampla que nenhum contra-ataque é mais possível de ser exercitado. De certa forma, não é o culpado que mais interessa, mas as vítimas não vingadas. É delas que vem o perigo mais imediato e é a eles que é preciso oferecer uma rápida satisfação para que uma reconciliação social, ainda que fortuita, seja conseguida”. (Edgard de Assis Carvalho)
            René Girard foi professor de literatura no início de sua carreira. Seus interesses, no entanto, ampliaram-se de tal forma que acabaram por transformá-lo num dos poucos pensadores atuais com pleno domínio de praticamente todo o espectro da cultura ocidental.
            A violência e o sagrado é uma brilhante amostra desse perfil. Passando por um rigoroso exame as principais teorias sobre as origens da civilização, Girard centra suas reflexões no que considera ser os eventos primordiais do processo civilizatório. Destacando o papel da violência fundadora, apresenta uma nova teoria do sagrado, que lhe permite um reexame dos temas místicos e rituais (a festa, os gêmeos, os irmãos inimigos, o incesto, a ambivalência do modelo, o duplo, a máscara, entre outros). Tais temas, por sua vez, são interpretados como elementos integrantes de uma profunda e essencial interdependência, a exigir um tratamento abrangente e não especializado.
Para realizar esse estudo, Girard cumpre um percurso que transita por uma luminosa releitura dos trágicos gregos e das principais teorias, como a psicanálise, que tem buscado uma explicação global das primeiras instituições sociais e culturais da humanidade.
Apesar da abrangência, da profundidade e do rigor científico com que elabora seus temas, A violência e o sagrado não se perde na aridez ou no formalismo. Muito ao contrário, nutre-se de um estilo que consegue ao mesmo tempo transmitir o interessa, a aura e a graça dos grandes textos literários.

Sobre o autor: René Girard, antropólogo, pensador e crítico literário francês, nasceu em Avignon, em 25 de dezembro de 1923, e se formou em paleografia pela École Nationale des Chartes. Depois da Segunda Guerra transfere-se para os EUA, onde desenvolve carreira universitária, obtendo doutorado na universidade de Indiana. Trabalha como professor de literatura na Universidade de Nova Iorque, John Hopkins. Atualmente leciona na Universidade de Stanford, na Califórnia.

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