Título original: La Violence et le sacré
Autor: René Girard
Tradução: Martha Conceição
Gambini
Editora: Paz e Terra
Assunto: Ritos e cerimônias
Edição: 2ª
Ano: 1998
Páginas: 410
Sinopse: “A
obra põe na arena da discussão a polêmica idéia de que os homens são governados
por um mimetismo instintivo responsável pelo desencadeamento de ‘comportamentos
de apropriação mimética’ geradores e conflitos e rivalidades de tal ordem, que
a violência seria um componente natural das sociedades humanas a ser
incessantemente exorcizado pelo sacrifício de vítimas expiatórias.
A
função do sacrifício seria, assim, apaziguar a violência e impedir a explosão
de conflitos decorrentes de rivalidades cada vez mais crescentes. Com o aumento
das crises, os rivais passam a ser os próprios objetos da atenção mimética, o
que, para Girard, acaba por produzir os ‘efeitos da vítima propiciatória’. Por
um mecanismo estranho e dilacerador, a boa vítima passa a ser o alvo predileto
da violência com uma força simbólica tão ampla que nenhum contra-ataque é mais
possível de ser exercitado. De certa forma, não é o culpado que mais interessa,
mas as vítimas não vingadas. É delas que vem o perigo mais imediato e é a eles
que é preciso oferecer uma rápida satisfação para que uma reconciliação social,
ainda que fortuita, seja conseguida”. (Edgard de Assis
Carvalho)
René Girard foi professor de
literatura no início de sua carreira. Seus interesses, no entanto, ampliaram-se
de tal forma que acabaram por transformá-lo num dos poucos pensadores atuais
com pleno domínio de praticamente todo o espectro da cultura ocidental.
A
violência e o sagrado é uma brilhante amostra desse perfil. Passando por um
rigoroso exame as principais teorias sobre as origens da civilização, Girard
centra suas reflexões no que considera ser os eventos primordiais do processo
civilizatório. Destacando o papel da violência fundadora, apresenta uma nova
teoria do sagrado, que lhe permite um reexame dos temas místicos e rituais (a
festa, os gêmeos, os irmãos inimigos, o incesto, a ambivalência do modelo, o
duplo, a máscara, entre outros). Tais temas, por sua vez, são interpretados
como elementos integrantes de uma profunda e essencial interdependência, a
exigir um tratamento abrangente e não especializado.
Para
realizar esse estudo, Girard cumpre um percurso que transita por uma luminosa
releitura dos trágicos gregos e das principais teorias, como a psicanálise, que
tem buscado uma explicação global das primeiras instituições sociais e
culturais da humanidade.
Apesar da abrangência,
da profundidade e do rigor científico com que elabora seus temas, A violência e o sagrado não se perde na
aridez ou no formalismo. Muito ao contrário, nutre-se de um estilo que consegue
ao mesmo tempo transmitir o interessa, a aura e a graça dos grandes textos
literários.
Sobre o autor: René
Girard, antropólogo, pensador e crítico literário francês, nasceu em Avignon,
em 25 de dezembro de 1923, e se formou em paleografia pela École Nationale des
Chartes. Depois da Segunda Guerra transfere-se para os EUA, onde desenvolve
carreira universitária, obtendo doutorado na universidade de Indiana. Trabalha
como professor de literatura na Universidade de Nova Iorque, John Hopkins.
Atualmente leciona na Universidade de Stanford, na Califórnia.
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