Título original: Sous le
soleil de Satan
Autor: Georges Bernanos (1888-1948)
Tradução: Hildegard Feist
Editora: Globo
Assunto: Romance
Edição: 1ª
Ano: 1987
Páginas: 279
Sinopse: A obra, publicada em 1926, trata como tema
fundamental a luta entre o Bem e o Mal, mas não no sentido maniqueísta, mas a consciência aguda da inevitabilidade da presença absoluta do mal nos gestos mais prosaicos do cotidiano onde o verdadeiro protagonista do romance é o pecado.
O mal de que trata o romance é a onipresença ou a presença absoluta do pequeno mal, do mal que nós não damos conta, do mal no qual incorremos sem que possamos evitá-lo porque dele não temos consciência.
O mal de que trata o romance é a onipresença ou a presença absoluta do pequeno mal, do mal que nós não damos conta, do mal no qual incorremos sem que possamos evitá-lo porque dele não temos consciência.
O autor conta a história de um jovem padre de
província que, sem grandes qualidades intelectuais, incapaz de pronunciar um
sermão sem se atrapalhar com as palavras, conseguiu alcançar a santidade.
Este jovem padre é o abade Donissan que se encontra psicologicamente
torturado frente aos dilemas morais em que vive ao se deparar constantemente
com seus instintos, vontades e pensamentos humanos. Sua mente está no limite da
insanidade por conta de sua obsessão pela luta invisível entre as forças do bem
e do mal, que geralmente resulta em pesadas seções de auto-flagelação, ou ainda
no confronto com o seu superior eclesiástico. Apesar de todas as adversidades,
ele cumpre sua missão neste mundo que o redime para a vida eterna tornando-se
um Santo.
Comentários: O diabo existe? Existe, assegura-nos Georges
Bernanos. E, procurando imitar Deus, assume mil caras para seduzir as almas e
arrebatá-las para o fogo do inferno. Contra ele se insurge o jovem abade
Donissan, simpático cura de província, olhado com desprezo por seus confrades
refinados. Um encontro decisivo com Satã muda por completo a vida desse homem
humilde que, incansavelmente, se põe a combater todas as formas do Mal.
Bernanos, um dos grandes escritores católicos do
século XX, todavia a fé na Igreja não o impediu de atacar violentamente o clero
comodista que prefere rezar pela salvação das almas em salões forrados de
veludo e cetim, a pôr o pé na estrada e enfrentar Satã e suas mil faces
enganosas, onde que apareçam. Com um estilo em que se fundem à perfeição as
vertentes realista e visionária, o romancista pinta com pungente emoção o drama
do abade Donissan, que chega a abrir mão da própria salvação pessoal para
enfrentar o eterno inimigo.
Mensagem
principal da obra: É preciso agir com
sinceridade; é preciso ter coragem para enfrentar Satã e sua astúcia; é preciso
renunciar até a própria salvação individual em benefício das almas que lhe
foram confiadas. Esta é, diz Bernanos, a verdadeira missão do sacerdote neste
mundo, a única que o redime para a vida eterna.
O autor: Nascido em Paris a 20 de fevereiro de 1888, Georges
Bernanos estreou na literatura em 1922, com o romance “Madame Dargent”. A partir do sucesso de “Sob o Sol de Satã” (1926), abandonou o emprego de advogado e passou
a viver unicamente de seus livros e artigos. Em 1934, atormentado por
dificuldades financeiras, transferiu-se com a mulher e os seis filhos para a
Espanha. Lá escreveu “Diário de um Pároco
de Aldeia” (1936), considerada por alguns críticos, sua obra-prima. Em
1937, voltou à França, mas não suportou a difusão do espírito totalitarista na
Europa; partiu para o Paraguai e, depois, para o Brasil. Terminada a Segunda
Guerra Mundial, retornou a seu país e passou a escrever verdadeiros libelos
contra a IV República, a tecnocracia, as novas formas de totalitarismo. No
inverno de 1947-48 encontrava-se na Tunísia, onde elaborou a peça “Diálogos das Carmelitas” (1949). Um
agravamento de seu mal hepático obrigou-o a transferir-se para Paris, onde
morreu no dia 5 de julho de 1948.
4 comentários:
Que bom ler uma postagem nova.
Caro Maurício: Obrigado pelo seu comentário incentivador. Confesso que já estava desistindo em manter este blog atualizado, mas sua mensagem deu-me um novo animo, tanto que já estão programadas novas postagens: Jan./2017, Moby Dick; Fev./2017, Notas para a Definição de Cultura; Mar./2017, Maquiavel Pedagogo.
Um grande abraço, caro leitor.
Mesmo que o trabalho que tem pareça invisível, lembre-se que há leitores invisíveis também. Continue o bom trabalho.
Continue, blog excelente!
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