quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A PRESENÇA TOTAL e Ensaios Reunidos

Título original: La Présence Totale
Autor: Louis Lavelle (1883-1951)
Tradutor: Carlos Nougué
Assunto: Ensaios filosóficos
Editora: É Realizações
Edição: 1ª
Ano: 2012
Páginas: 322


Sinopse: Neste livro [escrito de 1934] se encontram os temas relevantes da obra de Louis Lavelle, como o ser, o ato, o valor, o tempo, a existência, a liberdade, a intersubjetividade, a participação. Equivale a uma pequena summa de seu pensamento e abriu as portas a uma mais fácil penetração em suas grutas profundas. E tudo servido por um lapidar que o inseriu entre os grandes pensadores do século passado. Lavelle foi um filósofo que respirou o clima de duas hecatombes mundiais e sorveu a experiência da dor, da ansiedade, do mal. Soube, porém, vislumbrar, acima das imperfeições humanas, um caminho de elevada espiritualidade. (Tarcísio Padilha)

Comentários: Louis Lavelle começa a introdução deste livro dizendo o seguinte:

“O pequeno livro que se vai ler expressa um ato de confiança no pensamento e na vida. No entanto, nas épocas conturbadas, a maior parte dos homens não se deixa sacudir senão por uma filosofia que justifique seu gemido diante do presente, suas ansiedades diante do futuro, sua revolta diante do destino que eles são obrigados a padecer, sem ser capazes de dominá-lo”.

E continua ele:

“A consciência busca um amargo desfrute nesses estados violentos e dolorosos em que o amor-próprio está em carne viva e, pela sacudidela mesma que eles imprimem ao corpo e à imaginação, nos dão enfim a ilusão de ter penetrado até a raiz do real. É apenas em aparência que se aspira a livrar-se deles; temer-se-ia antes que eles não fossem jamais bastante agudos, como um veneno cujo movimento se detivesse subitamente”.

“Então a consciência se lança na solidão, a fim de melhor se sentir entregue à infelicidade do abandono; ela se obriga a si mesma a descer a este abismo de miséria onde o nada a rodeia, onde nenhuma voz lhe responde, onde as forças da natureza parecem aliar contra ela sua indiferença e sua brutalidade.”

Por esta brevíssima introdução já se pode imaginar o que Lavelle reserva ao leitor nesta obra, escrita para aqueles que tiveram ou tem dificuldade de compreender a sua magnum opus: “A Dialética do Eterno Presente” (Anatoli Oliynik).

 

Sobre o autor Louis Lavelle: (St. Martin de Villereal, 15 de julho de 1883 - Parranquet, 1 de setembro de 1951) foi um filósofo metafísico francês.

Lavelle viveu fases marcadas por duras provas, o que se ratifica pela sua participação na Primeira Guerra Mundial. Mesmo sendo míope, podendo furtar-se a participar da guerra, ele fez questão de combater na frente de batalha, sendo feito prisioneiro logo após a batalha de Verdun.

Foi enviado para o campo de prisioneiros em Giessen, onde elaborou sua tese de doutorado, que defendeu na Sorbonne, em 1922.

Na prisão, granjeou a simpatia de seus companheiros de infortúnio para os quais proferia conferência sobre temas de elevado alcance espiritual, como o ciclo de palestras sobre “Pascal et la Pensée Religieuse”.

Terminada a guerra e devendo ser repatriado, Lavelle temeu pelo destino de sua tese e decidiu confiar a um soldado alemão a missão de entregar seus escritos à sua família.

Em 1943, recebeu uma carta de um prisioneiro em que assevera: “após haver lido A Presença Total, compreendi que vossos livros não poderiam ter sido escritos senão por alguém que conheceu o exílio”.

Sua magnum opus é La Dialectique de l'éternel présent, uma obra metafísica em quatro volumes: De l'Être (1928), De l'Acte (1937), Du Temps et de l'Eternité (1945) e De l'Âme Humaine (1951).

Entre outros, a obra de Lavelle inclui: La dialectique du monde sensible: Lu perception visuelle de la profondeur (1921), La conscience de soi (1933), La présence totale (1934), L'Erreur de Narcisse (1939), Le Mal et la Souffrance (1940), La Parole et l'Écriture (1947) e Les puissances du Moi (1948).

Link do vídeo de lançamento do livro:

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