Autor: Louis Lavelle (1883-1951)
Tradutor: Carlos Nougué
Assunto: Ensaios filosóficos
Editora: É Realizações
Edição: 1ª
Ano: 2012
Páginas: 322
Sinopse: Neste livro [escrito
de 1934] se encontram os temas relevantes da obra de Louis Lavelle, como o ser,
o ato, o valor, o tempo, a existência, a liberdade, a intersubjetividade, a
participação. Equivale a uma pequena summa de seu pensamento e abriu as
portas a uma mais fácil penetração em suas grutas profundas. E tudo servido por
um lapidar que o inseriu entre os grandes pensadores do século passado. Lavelle
foi um filósofo que respirou o clima de duas hecatombes mundiais e sorveu a
experiência da dor, da ansiedade, do mal. Soube, porém, vislumbrar, acima das
imperfeições humanas, um caminho de elevada espiritualidade. (Tarcísio Padilha)
Comentários:
Louis Lavelle começa a introdução deste livro dizendo o seguinte:
“O pequeno livro que se vai ler
expressa um ato de confiança no pensamento e na vida. No entanto, nas épocas
conturbadas, a maior parte dos homens não se deixa sacudir senão por uma
filosofia que justifique seu gemido diante do presente, suas ansiedades diante
do futuro, sua revolta diante do destino que eles são obrigados a padecer, sem
ser capazes de dominá-lo”.
E
continua ele:
“A consciência busca um amargo
desfrute nesses estados violentos e dolorosos em que o amor-próprio está em
carne viva e, pela sacudidela mesma que eles imprimem ao corpo e à imaginação,
nos dão enfim a ilusão de ter penetrado até a raiz do real. É apenas em
aparência que se aspira a livrar-se deles; temer-se-ia antes que eles não
fossem jamais bastante agudos, como um veneno cujo movimento se detivesse
subitamente”.
“Então a consciência se lança na
solidão, a fim de melhor se sentir entregue à infelicidade do abandono; ela se
obriga a si mesma a descer a este abismo de miséria onde o nada a rodeia, onde
nenhuma voz lhe responde, onde as forças da natureza parecem aliar contra ela
sua indiferença e sua brutalidade.”
Por
esta brevíssima introdução já se pode imaginar o que Lavelle reserva ao leitor
nesta obra, escrita para aqueles que tiveram ou tem dificuldade de compreender
a sua magnum opus: “A Dialética do Eterno Presente” (Anatoli
Oliynik).
Sobre o autor Louis Lavelle: (St. Martin de Villereal, 15 de
julho de 1883 - Parranquet, 1 de setembro de 1951) foi um filósofo metafísico
francês.
Lavelle viveu fases marcadas por
duras provas, o que se ratifica pela sua participação na Primeira Guerra
Mundial. Mesmo sendo míope, podendo furtar-se a participar da guerra, ele fez
questão de combater na frente de batalha, sendo feito prisioneiro logo após a
batalha de Verdun.
Foi enviado para o campo de
prisioneiros em Giessen, onde elaborou sua tese de doutorado, que defendeu na
Sorbonne, em 1922.
Na prisão, granjeou a simpatia de
seus companheiros de infortúnio para os quais proferia conferência sobre temas
de elevado alcance espiritual, como o ciclo de palestras sobre “Pascal et la Pensée Religieuse”.
Terminada a guerra e devendo ser
repatriado, Lavelle temeu pelo destino de sua tese e decidiu confiar a um
soldado alemão a missão de entregar seus escritos à sua família.
Em 1943, recebeu uma carta de um
prisioneiro em que assevera: “após haver lido A Presença Total, compreendi que vossos livros não poderiam ter
sido escritos senão por alguém que conheceu o exílio”.
Sua magnum opus é La Dialectique de l'éternel présent, uma obra
metafísica em quatro volumes: De l'Être (1928), De l'Acte (1937),
Du Temps et de l'Eternité (1945) e De l'Âme Humaine (1951).
Entre outros, a obra de Lavelle
inclui: La dialectique du monde sensible: Lu perception visuelle de la
profondeur (1921), La conscience de soi (1933), La présence totale (1934), L'Erreur de Narcisse
(1939), Le Mal et la Souffrance (1940), La Parole et l'Écriture
(1947) e Les puissances du Moi (1948).
Link do vídeo de lançamento do livro:
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