sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ANTROPOTEÍSMO – A Religião do Homem

Autor: Orlando Fedeli (1933-2010)
Editora: Editora e Livraria Monfort
Assunto: Religião
Edição: 1ª
Ano: 2011
Páginas: 286

 
Sinopse: O professor Dr. Orlando Fedeli, discute de maneira sistemática e profunda o culto do homem, em suas vertentes gnóstica e panteísta. Segundo o Professor Fedeli, há uma profunda unidade por trás dos diversos sistemas religiosos que surgem ao longo da história e essa unidade é dada, como procura provar, por conta do culto que as diversas religiões prestam, em última análise, ao próprio Homem, diferentemente do que ocorre no catolicismo. Além do interesse, por conta de seu próprio valor, que essa obra possa suscitar, ela se apresenta como de capital importância para o entendimento da atuação do Dr. Orlando Fedeli como polemista e professor católico.

Comentários do autor: O “rio cársico” do Antropoteísmo tem uma longa e misteriosa história, com surtos ora superficiais, ora subterrâneos. Tanto a Gnose, quanto o Panteísmo rejeitam a criação ex nihilo. No Panteísmo, o Cosmo é apresentado como uma simples etapa da evolução divina. O Universo seria um ser divino, eterno e infinito, um organismo vivo. Para a Gnose, a passagem do Pleroma divino para a situação atual se deu por meio de uma “queda”, uma ruptura, um “exílio”, uma degradação da divindade, que constituiu a criação. Foi essa “queda”, ou pecado original pré-cósmico, que produziu o universo e todos os males atuais, não só os males físicos e morais, mas o que para os gnósticos é o verdadeiro mal, o fato de ser, a existência, isto é, o mal metafísico.

A escatologia panteísta é otimista: o Deus que se transformou no mundo alcançará de novo o primitivo estado de perfeição. Por meio da evolução, tudo caminha para uma perfeição cada vez maior. O homem, redentor do universo e de si mesmo, pela sua razão, pela ciência e pela técnica, eliminará todos os males e todas as limitações que nos afligem e construirá, na Terra, o paraíso. O Panteísmo é, pois, progressista e utópico.

A Gnose considera que as partículas divinas que se desprenderam da divindade e que agora jazem no túmulo da matéria pouco a pouco serão libertadas pelo conhecimento e retornarão à divindade. Enquanto, porém, não estiverem autoconscientes de sua natureza divina, permanecerão neste mundo-cárcere e, após a morte, serão condenados a renascer ou a transmigrarem para corpos de animais, de plantas, e até, segundo alguns, a caírem na matéria bruta.

Para a Gnose, a Encarnação do Verbo não se deu, pois que ela significaria a aceitação da matéria e do corpo. Os gnósticos negavam [e negam] que Cristo tivesse corpo.

Daí, logicamente, não poderem admitir uma igreja estruturada. Para a Gnose, a verdadeira igreja era puramente espiritual, pneumática. Ela seria formada somente por aqueles que, tendo recebido a doutrina gnóstica, já estariam salvos. A união dos pneumas dos perfeitos formaria a verdadeira igreja invisível, porque espiritual.

Para evitar essas confusões, propomos chamar de Antropoteísmo ou Religião do Homem ao “rio cársico” da história. Isto é, consideramos que o que une tantas seitas, escolas e movimentos é o culto do Homem como sendo Deus. Essa Religião do Homem se dividiria em dois ramos: a Gnose e o Panteísmo.

Sendo o homem um ser composto de corpo e alma, isto é, uma parte material e outra espiritual, é logico que a adoração do Homem se divida em dois ramos fundamentais: um que diviniza o corpo, isto é, a matéria; outro que diviniza a alma, isto é, o espírito.

A corrente antopoteísta que diviniza o corpo e a matéria engloba todas as seitas e sistemas filosóficos panteístas. A corrente antropoteísta que diviniza apenas a alma, o elemento espiritual, é a Gnose propriamente dita, e que inclui todas as seitas que em geral são classificadas como gnósticas pelo comum dos autores.

VIDEO-AULAS EM DUAS PARTES
 
PARTE 1

 



PARTE 2